O Senado teve a chance de fazer algo em relação ao aquecimento global no começo do mês, mas não foi capaz de reunir o número necessário de votos para um bom debate. Agora terá outra chance para aprovar um projeto que estenderia créditos fiscais importantes para fontes de energia renovável como a solar e a eólica.
Esse créditos são necessários para atrair novos investimentos em fontes renováveis até que elas se tornem competitivas com fontes mais sujas e baratas, como o carvão. Quando o crédito desaparece, como no passado, o investimento encolhe. Uma vez que os créditos expiram no final do ano, uma ação precisa ser tomada imediatamente.
O Congresso tem jogado ping-pong legislativo com esses créditos há meses. A Casa os aprova, o Senado os rejeita. O ponto crucial aqui é a medida de geração de fundos do projeto, conhecida como compensação, que a Casa insiste em manter no esquema pague conforme o uso.
Em encarnações anteriores, o projeto da Casa iria pagar pelos créditos rescindindo as isenções fiscais concedidas às companhias petrolíferas no projeto de energia de 2005. As companhias petrolíferas — que nunca precisaram de ajuda fiscal — ameaçaram manifestações, o presidente Bush deu sinais de veto e o Senado aquiesceu.
A última versão deixa os créditos das companhias petrolíferas de lado, ao invés disso busca arrecadar as compensações necessárias em parte ao impedir manobras fiscais que beneficiam gerentes de grandes contas financeiras. Mesmo assim alguns republicanos do Senado e da Casa Branca — sempre cativos do dinheiro alto - rejeitam a idéia do projeto.
Os republicanos dizem acreditar em responsabilidade fiscal; esse projeto responsavelmente troca um tipo de isenção fiscal por outro. Eles dizem acreditar em inovação tecnológica, que esse projeto encoraja. Eles dizem acreditar na criação de novos empregos, algo que uma robusta indústria de energia solar e eólica faria. Se eles acreditam em tudo isso, deveriam parar com a teimosia e aprovar o projeto da Casa.
(The New York Times, Ultimo Segundo, 16/06/2008)