A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB divulgou nesta quinta-feira (12/06) os relatórios anuais de qualidade do ar, e das águas de rios e praias, além de um balanço dos atendimentos a acidentes químicos. Os dados divulgados nos relatórios referem-se a 2007 e em todos eles foi utilizada como metodologia a divisão de regiões por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHIs. As informações constantes nos relatórios servem como diagnósticos da evolução da questão ambiental no Estado de São Paulo e possibilitam o direcionamento das ações de controle e fiscalização.
Para o diretor-presidente da CETESB, Fernando Rei, a produção de dados e informações da qualidade ambiental também faz parte do papel da Companhia frente à sociedade, na forma de ativos ambientais. “Estes relatórios talvez sejam o maior braço de conhecimento acadêmico e trabalharemos cada vez mais nessa linha de dados de qualidade, com a criação da agência ambiental paulista”, declarou.
O relatório de qualidade do ar aponta, por exemplo, que o inverno de 2007 esteve entre os mais desfavoráveis à dispersão de poluentes dos últimos dez anos, com influência nas concentrações dos poluentes primários, como material particulado e monóxido de carbono. O ano de 2007 foi também meteorologicamente, propício à formação de ozônio, principalmente nos meses de setembro e outubro, num período de dias secos e quentes.
Segundo o gerente do Departamento de Tecnologia do Ar, Carlos Komatsu, o inverno de 2007 contou com poucos dias de chuva e vento, o que favoreceu à maior concentração dos poluentes. “Em 2005, constatamos apenas uma ultrapassagem de padrão de material particulado, já em 2006 foram duas e em 2007 quatro”, apontou.
No caso do dados apresentados no relatório de águas interiores, quando comparam-se as informações de 2007 com os dados históricos, constata-se que este ano foi mais seco do que a média dos últimos dez anos, assim, à exceção dos meses de janeiro e julho, todos os demais apresentaram médias mensais inferiores às respectivas normalidades. Em 2007, os corpos d’água do Estado de São Paulo nos pontos monitorados, apresentaram-se 41% na categoria Boa e 36% nas categorias Ruim e Péssima, para indicadores com fins de abastecimento público (IAP), e 52% nas categorias Ótima, Boa e Regular, e 48% nas categorias Ruim e Péssima para indicadores com fins de proteção à vida aquática (IVA).
Com relação à balneabilidade das praias do Litoral Paulista, em 2007, observa-se que 3% permaneceram próprias o ano todo, com classificações anuais de Ótima e Boa. Aquelas com situação mais crítica, com classificação anual de Péssima, representam apenas 3% do total. Em relação à classificação da OMS, que se baseia na quantidade de bactérias fecais encontradas na água nas 52 amostras do ano, 61% dessas praias não oferecem risco acentuado de se contrair doenças de veiculação hídrica.
Para o gerente do Departamento de Tecnologia de Águas Superficiais e Efluentes Líquidos, Eduardo Mazzolenis, o relatório aponta onde e quais as possíveis ações de controle. “Ações como a Operação Esgoto proporcionam respostas imediatas para algumas praias e rios. É preciso implantar as estações de tratamento de esgoto, ligar os coletores e fazer a manutenção desse sistema”, afirmou.
O relatório de atendimento a emergências químicas aponta que em 2007 foram realizados 454 atendimentos, contra 397 casos atendidos de 2006. Segundo o gerente do Setor de Operações de Emergência, Jorge Luiz Nobre Gouveia, 80% das emergências atendidas foram de atividades não licenciadas pelo Sistema de Meio Ambiente. “As duas principais atividades geradoras de acidentes no Estado de São Paulo são transporte rodoviário de produtos perigosos, com 244 casos (53,7%) e postos e sistemas retalhistas de combustíveis, com 38 casos (8,4%)", declarou. No relatório de 2007, a atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos representou mais da metade das emergências químicas atendidas pela CETESB. Este mesmo resultado foi observado em 2005 e 2006.
Acesse os relatórios aqui (http://www.cetesb.sp.gov.br/Institucional/relatorios.asp)
(Por Valéria Duarte,
Ascom Cetesb, 13/06/2008)