Cerca de 300 pescadores protestaram ontem, em São Francisco e Joinville, por pagamento de pensõesCerca de 300 pescadores de São Francisco do Sul acordaram cedo ontem, mas não para jogar as redes no mar. Protestaram de manhã em frente à sede da companhia de navegação Norsul, no centro histórico, contra a demora na aprovação de mais de mil cadastros para o pagamento de pensões alimentícias. Houve outro protesto em Joinville à tarde.
No final de maio, a Norsul e o Ministério Público refizeram o termo de ajuste de conduta para que a empresa tivesse mais tempo para analisar pedidos de pensão pendentes. A Norsul alega suspeitas de fraude. O termo assinado em março responsabiliza a Norsul a arcar com dois meses da pensão alimentícia de pescadores e maricultores que tiveram a atividade prejudicada pelo vazamento de óleo das embarcações que se acidentaram no final de janeiro.
Em frente à Norsul, pescadores abriram faixas de protesto, mostraram as carteiras profissionais e sopraram apitos. Um carro de som apoiou a manifestação. Uma tentativa de abrir a sede foi contida pela organização. "Estamos aqui pacificamente para pedir ao juiz que não aceite o prazo de 90 dias. É urgente", disse no microfone o assessor técnico da Colônia de Pescadores, Marcon Machado.
À tarde, dois ônibus levaram até Joinville pescadores de São Francisco, do Morro do Amaral e Itapoá. Mais de 170 pescadores protestaram em frente à sede da Procuradoria da República e recolheram assinaturas para um abaixo-assinado. Os manifestantes foram à Justiça Federal. O juiz Roberto Fernandes Júnior decidiu pedir à Norsul que informe, em cinco dias, o número de pedidos de pensão que estão sob análise.
(A Notícia, 14/06/2008)