Os projetos de florestamento e fabricação de celulose da Stora Enso no Rio Grande do Sul - US$ 1,2 bilhão - estão por um fio. Enquanto os da Aracruz e da Votorantim crescem e se desenvolvem, nenhum, como os da empresa sueco-finlandesa, enfrentou tantos contratempos. Os suecos e finlandeses, até agora, não entregaram os pontos e continuam lutando, mas não se sabe até quando resistirão à adversidade criada. É tanta a contrariedade, tantos os obstáculos levantados, que eles podem desistir e ir para outro país. A empresa já está plantando 27 mil hectares no Uruguai e planeja chegar aos 100 mil hectares antes de decidir onde será sua próxima fábrica de celulose.
Corrida II
Primeiro, foi a proibição de comprar terras por serem estrangeiros; depois, porque as terras selecionadas estão em áreas de fronteira (coisa da ditadura); agora, porque o Incra indeferiu os pedidos de compras encaminhados. Em um novo round, a companhia distribuiu um parecer do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, no qual ele contraria recentes declarações do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, segundo as quais a empresa apresenta um "conjunto de ilegalidades" em suas operações no Rio Grande do Sul. A Stora Enso anuncia que vai recorrer da decisão do Incra, "por ter convicção da lisura, da transparência e da legalidade de todos os seus atos no Estado".
(Por Danilo Ucha, Jornal do Comércio, 16/06/2008)