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crise do petróleo crise energética
2008-06-16

O petróleo não pára de subir. O barril para entrega em julho, em Nova York, avançou 3 dólares na quarta-feira 11, para pouco mais de 134 dólares. Na sexta 6, havia disparado 10 dólares, por conta da ameaça de Israel invadir o Irã, se o país não interromper a suposta produção de armas nucleares. George W. Bush entraria nessa empreitada com o maior prazer. Um Farewell to Arms sangrento, antes de deixar a Presidência dos Estados Unidos. Venezuela, Iraque e Nigéria também estão no mapa geopolítico de risco da oferta. Desde fevereiro, a alta do petróleo foi de 50%.

A situação é tão neurótica que, na terça 10, o presidente da gigante russa Gazprom, Alexey Miller, previu o barril a 250 dólares em 2009. De imediato, o manda-chuva da British Petroleum, Peter Sutherland, classificou a projeção de apocalíptica. Admitiu problemas na oferta a médio prazo e enfatizou a necessidade de mais investimentos para dar conta da nova configuração da economia mundial. Nos cálculos da prestigiada instituição americana International Economics and Finance Society, serão necessárias inversões de 5,4 trilhões de dólares, em termos reais, para contemplar a demanda até 2030. Nesse cenário, o petróleo atingiu o pico? Ninguém responde.

A atual cotação determinada pelos agentes financeiros é chamada de “prêmio do medo” pelo colunista de CartaCapital Nouriel Roubini. Os estoques estão minguando no mundo. Nos EUA, diminuíram 4,6 milhões de barris na primeira semana de junho, para 302 milhões. O forte declínio nos estoques nas quatro últimas semanas foi a maior queda mensal em 23 anos. Segundo a agência Dow Jones, a escassez deixa os mercados vulneráveis a um choque de oferta. Se ocorrer uma grande interrupção de produção. O feriado de 4 de julho é visto cada vez mais como um potencial ponto de inflexão, continua a agência. Recentemente, o Morgan Stanley previu em relatório que o preço do petróleo atingirá 150 dólares por volta do Dia da Independência dos EUA.

Há um evidente choque de oferta da commodity. Mas outros fatores explicam a disparada dos preços, segundo Roubini: a fragilidade do dólar, diante da possibilidade de o Banco Central Europeu elevar a taxa básica de juro, em julho, para conter a inflação. O ingresso dos hedge funds na roda das apostas é outro motivo, como também explica a alta especulativa dos preços dos alimentos.

A economista Rachel Ziemba, especialista em petróleo, levanta outra lebre. Nos chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), os governos controlam os preços, por vários meios, como subsídios cruzados. Isso limitaria a disposição do setor privado em investir em novas formas de energia. No caso brasileiro, a descoberta do Campo de Tupi e o esforço do governo Lula em “vender” o etanol contribuiriam para amenizar a crise. Mas há limites.

O lado da demanda é lembrado pelo Bank Financial Group, em relatório especial divulgado na quarta 11. Citam especificamente a recessão americana, que resultará em consumo menor de energia. Também a possível alta do juro na Europa deverá frear os preços. Além disso, pontuam, já se prontificaram a reduzir os subsídios produtores como Índia, Malásia, Taiwan, Sri Lanka e Tailândia. Não cravam, contudo, uma posição.

Também cheio de pontos de interrogação, o banco BNP Paribas explicita uma comparação com os anos 70. Estagflação é a palavra-chave. O mundo crescerá menos neste ano, com impacto negativo no mercado de trabalho. “O desemprego é apenas um fator a deprimir a disposição do cidadão de ir às compras”, diz o texto do BNP. Há uma “tempestade” no mercado imobiliário, sobretudo americano e britânico. A crise do crédito está longe do fim. Os prejuízos das empresas estão por ser escancarados. O futuro não é nada promissor.

(CartaCapital, 13/06/2008)


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