A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs) fará na próxima quarta-feira (18/06), a partir das 14h, uma acareação entre os promotores de Justiça do Ministério Público do DF Gladaniel Palmeira de Carvalho e Ricardo Antônio de Sousa e o ex-presidente da Finatec - Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, ligada à Universidade de Brasília - Antônio Manoel Dias Henrique.
Os três já prestaram depoimentos à CPI e, conforme o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), autor do pedido de acareação, existem divergências nas informações repassadas. Os promotores, que investigam irregularidades na Finatec, divergem do ex-presidente da fundação quando ele diz, por exemplo, ter enviado ao Ministério Público suas contas depois de 1999, mas que não obteve retorno - nem em relação à aprovação nem à rejeição.
A principal denúncia que pesa contra a Finatec, conforme o relator da CPI das ONGs, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), é o desvio de suas funções para se tornar uma intermediadora de interesses de empresas privadas. Tal intermediação teria possibilitado, segundo o relator, que órgãos públicos se livrassem da exigência de realizar licitações na contratação de serviços.
A CPI decidiu investigar a Finatec após a publicação de denúncia na imprensa de que o então reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland, mobiliara luxuosamente seu apartamento funcional usando dinheiro que a Finatec deveria destinar a pesquisas científicas. Mulholland pediu demissão do cargo de reitor após os estudantes terem ocupado por vários dias o prédio da reitoria da UnB, exigindo a sua saída.
(Por Eli Teixeira, Agência Senado, 13/06/2008)