(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
crise alimentar biocombustíveis
2008-06-14
Centenas de milhões de pessoas de todo o mundo, em sua maioria de países industrializados, poderão afundar na pobreza se o preço dos alimentos continuar aumentando, previu o Banco Mundial. “A maioria dos afetados que agora vivem sobre a linha da pobreza de um dólar por dia, ficarão abaixo dela. Isso é preocupante”, disse o vice-presidente da instituição, Danny Leipziger, na Conferência Anual sobre Economia para o Desenvolvimento (BDCDE, sigla em inglês) a reunião organizada pelo Banco e pelo Departamento do Tesouro da África do Sul aconteceu esta semana na Cidade do Cabo sob o lema “Gente, política e globalização”.

Os prognósticos de Leipziger, encarregado da Área de Redução da Pobreza e Administração Econômica do Banco, diminuíram o otimismo exibido pela instituição em seu informe “Fluxos mundiais de financiamento para o desenvolvimento 2008”. O estudo, divulgado também nesta semana, prevê que o crescimento econômico da África subsaariana aumentará mais este ano. O documento, apresentado na ABCDE, conclui que a economia de várias regiões em desenvolvimento crescerá este ano, embora o crescimento mundial tenda a cair dos 3,7% de 2007 para 2,7%. Espera-se que o crescimento econômico da África Subsaariana se acelere em uma média de 6,5% até o final deste não, o nível mais elevado da região em 38 anos.

Leipziger explicou que o encarecimento dos alimentos “quase não tem impacto em um nível macroeconômico, mas é visível e notório nos lares”. De todo modo, esses preços não continuarão aumentando para sempre, acrescentou. “Acabarão baixando. Segundo nossas estimativas, vai demorar de quatro a cinco anos até a situação ficar estabilizada. Mas, isso não significa que chegarão ao nível em que estavam há alguns anos”, acrescentou. As causas do aumento são múltiplas. O que dificulta a solução é que muitas delas estão interligadas, segundo Sheryl Hendriks, diretora do Centro Africano para a Segurança Alimentar da Universidade KwaZulu Natal, da África do Sul. “A alta histórica do petróleo é uma dessas causas. Quando o combustível aumenta, os alimentos também sobem”, disse Hendriks na conferência, realizada entre segunda e quarta-feira desta semana.

Por outro lado, o auge dos biocombustíveis reduz o cultivo de alimentos, por isso o fornecimento não atende a crescente demanda por comida. “A demanda de biocombustíveis e sua produção são cada vez maiores, enquanto a produção alimentar diminui, o que tem impacto nos preços”, afirmou o economista-chefe do Banco Mundial, Justin Lin. A situação se agrava por causa dos subsídios que Estados Unidos e União Européia dão à produção destinada ao refino de biocombustíveis e não à alimentação, segundo Lin. “Em conseqüência, o fornecimento de alimentos se contraiu e não atende a demanda, o que faz aumentar seu preço”, afirmou Michael Spence, prêmio Nobel de Economia e presidente da comissão sobre crescimento do Banco. “Não há nada de bom nestes subsídios”, ressaltou.

Os países em desenvolvimento – entre eles os africanos – são os mais afetados pela crise alimentar. Segundo Spence, “os lares de países pobres usam grande parte de sua renda em alimentos”. Mas a situação não é totalmente nefasta, acrescentou. “Há uma oportunidade enorme na África. Este continente é rico em recursos, se comparado com as outras regiões. A riqueza pode ser investida em programas que promovam a criação de trabalho e estimulem a produção agrícola”, afirmou. Lin alegou que é preciso mais. Para que a África aumente sua produção agrícola as novas tecnologias e a infra-estrutura são cruciais, “localizadas e adaptadas a cada país africano em particular. O que funciona no Brasil ou na china não necessariamente funciona na África”, disse.

Lesetja Kganyago, diretor-geral do Departamento do Tesouro da África do Sul, concorda que a introdução de novas tecnologias é importante. Mas, há outras maneiras de estimular a agricultura africana. “Precisamos torná-la mais atraente para que nossos agricultores produzam alimentos com fins alimentares. Mas, o que deveríamos fazer é implementar barreiras alfandegárias protecionistas”, insistiu. “Não podemos usar estas técnicas para proteger nossos produtores e nossa indústria agrícola. Não podemos esquecer que já lutamos contra as tarifas alfandegárias da Europa e dos Estados Unidos. Ao usar a mesma tática, enfraquecemos nossas tentativas de entrar no mercado mundial”, afirmou Kganyago. (IPS/Envolverde)

(Por Miriam Mannak, da IPS, Envolverde, 13/06/2008)



desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -