Hoje no Brasil, 138 milhões de pessoas vivem em cidades, cerca de 80% da população, dos quais 30 milhões com renda inferior a um salário mínimo por família. A ocupação por esta população de áreas ambientalmente frágeis é um dos principais impactos que as metrópoles causam no meio ambiente. Ermínia Maricato, professora do Departamento de Arquitetura e Estudos Urbanos da USP explicou que isso ocorre porque estas regiões, justamente por estarem protegidas por lei, não podem comercializadas e, portanto, não interessam às empresas construtoras. O secretário de meio ambiente de Porto Alegre, Gerson Almeida, concordou: - O que estamos vendo nas cidades é uma gigantesca invasão de terras, que se dá em áreas escondidas, disse Almeida. A professora citou como exemplo, a cidade de Curitiba, que construiu a imagem de cidade-modelo em cima de uma maquiagem. - São muitas as terras invadidas nas periferias que estão em áreas de proteção de mananciais. Curitiba planejada é a região central , do mercado imobiliário, da cidade formal, esta é apresentada internacionalmente como sustentável, criticou. Eremínia apontou como soluções, o redirecionamento dos investimentos urbanos, que vão em massa para obras viários e transporte individual, que geram votos. Temos que sair do discurso, as universidades tem que conhecer a vida real, sair dos gabinetes, pregou a professora. Segundo ela o Estado se omite no caso das invasões porque se forem aplicadas as leis, teremos uma guerra civil, um movimento maior do que o MST. Precisamos controlar isso, transferindo essas pessoas p[ara regiões próprias para moradias.