A proposta de dar lixo e receber comida teve data e locais definidos nesta quinta-feira (12/06), durante a sanção da Lei 6.828 na Prefeitura de Caxias do Sul. A partir de agosto, comunidades pobres de seis bairros da cidade poderão participar do programa batizado de Troca Solidária.
Kayser, Monte Carmelo, Planalto, Cânyon, Mariani e Santa Fé serão os bairros contemplados pelo projeto. O funcionamento permanece aquele que foi desenhado inicialmente pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), Fundação de Assistência Social (FAS) e secretarias de Agricultura e do Meio Ambiente: a cada quatro quilos de resíduos recicláveis, preferencialmente papel, metal, vidro e plástico, a pessoa poderá trocar por um quilo de produto hortigranjeiro.
Para proporcionar a permuta, haverá processo de licitação, por parte do Executivo, para compra dos alimentos. O tipo de legume ou verdura destinado ao projeto varia de acordo com a safra de cada período e de seu excedente. A verba destinada ao projeto é de R$ 20 mil e provém de recursos destinados aos programas da FAS.
Na prática, dois caminhões irão permanecer quinzenalmente, aos sábados, em locais onde os veículos de coleta não conseguem chegar. Um dos caminhões transportará os alimentos, e o outro recolherá o lixo da comunidade.
- A cada mês, vamos divulgar que produtos serão oferecidos no programa, mas serão sempre produtos de safra - explicou o secretário de Agricultura, Nestor Pistorello, que não soube precisar o volume de hortigranjeiros excedente em Caxias do Sul.
- Pagaremos ao produtor o valor referente ao preço médio na tabela da Ceasa - complementou.
A FAS publicará um edital para realizar o cadastramento de produtores que quiserem vender os produtos para o Troca Solidária. Caso o volume de alimentos comprados pela prefeitura não seja todo aproveitado no programa, ele será destinado ao Banco de Alimentos.
- São produtos que podemos usar nas cozinhas comunitárias dos bairros - apontou a presidente da FAS, Maria de Lourdes Grison.
De acordo com o presidente da Codeca, Adiló Didomenico, o Troca Solidária irá amenizar um problema de coleta de lixo nestes bairros.
- Escolhemos estes locais por se tratarem de regiões de difícil acesso aos caminhões de recolhimento de lixo. Estamos estimulando as pessoas a acondicionarem adequadamente os resíduos, evitando que elas joguem nas encostas - entendeu.
Reciclagem -
Com o Troca Solidária, a prefeitura pretende aumentar o volume de resíduos destinados às associações de reciclagem. Atualmente, são 12 entidades cadastradas junto ao Executivo, envolvendo 300 pessoas no trabalho.
- Com o programa, estimularemos a separação correta do lixo. As recicladoras vão ganhar uma material limpo, que já passou por triagem - argumenta Didomenico.
(O Pioneiro, 13/06/2008)