Quem passa por alguns bairros de Jaraguá do Sul percebe que o mato está crescendo nas extremidades do meio-fio. Na Ilha da Figueira por exemplo, vários trechos contêm ervas daninhas de até 50 centímetros, que atrapalham a passagem de ciclistas e pedestres. O motivo dado pela Prefeitura é a lei nº 4.867/08, que dispõe sobre a prática da capina química, promulgada pela Câmara de Vereadores em fevereiro e que proibiu o poder público de aplicar veneno nos matos que crescem em áreas de responsabilidade da Prefeitura.
O autor da lei, vereador Ronaldo Raulino, explica que o projeto foi criado como um aliado na preservação da natureza. "Precisamos dar exemplo de que o veneno não é a melhor solução. Há viabilidade em fazer a capina mecânica", justifica. O secretário de Urbanismo, Alberto Marcatto, diz que a lei municipal foi restritiva e precipitada. "Nós (Prefeitura) somos responsáveis apenas por 5% das aplicações de veneno na cidade. Por que a lei não tratou da agricultura também?", questiona.
A Secretaria de Obras acumula em depósito cerca de cem litros de produto químico. O secretário vai encaminhar à Câmara um pedido de audiência pública, com a presença dos jaraguaenses e de especialistas em agrotóxicos, para discutir o tema. Dependendo do resultado, Marcatto pode pedir a alteração da lei.
Enquanto a audiência não acontece, uma licitação para uma empresa terceirizada fazer a capina mecânica está em andamento. Esse tipo de limpeza necessita de um minitrator com capinadeira, quatro pessoas para recolherem os resíduos e um caminhão para recolher o mato. O custo da terceirização é de R$ 800 mil por ano, enquanto a capina química custa R$ 100 mil anuais. Uma das propostas do secretário é usar a capina mecânica com a aplicação de um veneno menos ofensivo.
(A Notícia/Jaraguá do SUl, 12/06/2008)