Em visita à sede da Cooplantio (Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto), em Eldorado do Sul, nesta terça-feira, o secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado, anunciou que o Estado promoverá uma ampla discussão sobre alternativas para enfrentar a alta dos insumos agrícolas ao produtor. Machado disse à direção da cooperativa que uma possibilidade é ampliar o uso de matérias-primas locais, como o calcário, encontrado em larga escala no Estado. A disseminação do plantio direto, uma das especialidades da Cooplantio, também foi lembrada pelo secretário.
O diretor técnico da cooperativa, Dirceu Gasssen, argumentou que um dos caminhos a seguir é o aumento da matéria orgânica do solo. “A terra tem de ser encarada como um atleta que precisa de exercício constante para alcançar um bom desempenho. A Cooplantio defende uma série intensiva do chamado planta/colhe, planta/colhe, ou seja, alternar culturas de verão com as de inverno para melhorar a qualidade e o desempenho do solo”, disse.
Gassen contou que, hoje em dia, a aplicação de insumos no solo precisa ser muito melhor planejada. “O lado bom dessas crises, com preços elevados, é que os produtores param para reavaliar as suas práticas e buscar mais eficiência”, destacou.
Tendência de alta
“A médio prazo, o preço do fertilizante não irá baixar”, previu o gestor de negócio da Cooplantio, Nélson Horowitz. O técnico informou que o Brasil detém apenas 5,8% da produção mundial de fertilizantes. “O cenário mundial é de escassez do produto e de concentração do mesmo entre poucas megaempresas”, relatou. Para ele, o calcário continua sendo importante no campo, mas com indicação de uso em menor quantidade do que no passado. “Mas precisamos sim encontrar novas possibilidades”, reconheceu.
(Jornal Minuano, 12/06/2008)