A senadora Marina Silva (PT-AC), em discurso nesta quarta-feira (11/06), afirmou que o Brasil não tem a pretensão de ser "a Opep [Organização dos Países Produtores de Petróleo] dos biocombustíveis " e defendeu o caráter contributivo da iniciativa na busca da redução das emissões de gases do efeito estufa. A afirmação da senadora foi feita no momento em que o presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), Rajendra Pachauri - a quem Marina chamou de "amigo do Planeta" - visitava o Plenário. O IPCC, órgão da Organização das Nações Unidas, foi vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007, juntamente com o ex-vice-presidente americano Al Gore.
- Queremos dar uma contribuição, e tem que ser a partir de princípios de sustentabilidade social, ambiental, econômica e cultural, para que possamos ter uma nova dimensão civilizatória. Não se trata de negócio, trata-se da cooperação, da solidariedade em busca de uma nova chance em termos de uma civilização que pensa aqui e no futuro, defendendo os interesses dos que ainda não nasceram - disse.
Para a senadora, é necessário que todos os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima cumpram os preceitos estabelecidos no intuito de mitigar os efeitos negativos das alterações climáticas no planeta. Ela cobrou, principalmente, a prometida transferência de recursos e conhecimentos dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento, para que "possam efetivamente continuar no caminho do desenvolvimento sustentável, ao tempo em que reduzem suas emissões".
- É um imenso desafio. E devemos lançar mão de todo o nosso conhecimento para corrigir os erros, não repeti-los e preveni-los, lançando mão da tecnologia para nos adaptar, sem os efeitos indesejáveis da redução das emissões, que pode gerar desemprego e desequilíbrios - disse.
(Por Elina Rodrigues Pozzebom, Agência Senado, 11/06/2008)