A Conesul, que recolhe o lixo produzido em Santa Cruz, garantiu ontem (11/06) que não fica com nenhuma parcela do material proveniente da coleta seletiva. A direção esclarece que a presença de material orgânico no resíduo da seletiva se deve ao fato de a comunidade, muitas vezes, não estar acostumada com o processo de separação dentro de casa. Segundo a empresa, nem todos separam o lixo seco do lixo orgânico e não há triagem desse material antes de ele ser encaminhado aos papeleiros. O lixo é coletado das ruas e a parte que é destinada aos catadores fica em uma área fiscalizada pela Prefeitura.
Antes do novo contrato – a Conesul já recolhia o lixo de Santa Cruz quando houve a licitação definida em fevereiro – ela fazia a triagem do material da coleta seletiva e dispunha de uma equipe de 45 pessoas. Como hoje a seleção só é feita com o material oriundo da coleta comum, restam 15 pessoas trabalhando nessa área. A empresa teria, inclusive, reduzido o número de funcionários após firmar o acordo com a Prefeitura, limitando-se a recolher e levar o lixo para o local determinado.
Entenda o Caso
• Pelo contrato em vigor, a Conesul recolhe o lixo e deve repassar toda a parte proveniente da coleta seletiva para os catadores.
• A reciclagem ocorre em um galpão no Bairro Avenida que, segundo a administração, não oferece condições de armazenamento do material.
• Um outro local que era utilizado por alguns catadores, no antigo 2001, na Avenida Independência, teve que ser entregue ao governo estadual.
• A categoria tem alegado que não recebe lixo suficiente e que muitos estão enfrentando dificuldades para sobreviver.
• Pelo acordo firmado ontem entre papeleiros e Prefeitura, o município vai alugar, a partir de 1º de julho, um galpão maior, na Rua Dona Carlota, para que a categoria faça a triagem do material reciclável. O custo do aluguel do novo pavilhão é de R$ 4 mil.
• No novo galpão, a partir de 1º de julho, poderão trabalhar as pessoas que estavam no 2001 e aqueles que hoje ocupam o prédio no Avenida.
• Este novo local, nas proximidades da usina de lixo, disporá de melhor estrutura e inclusive prensas para o trabalho com materiais recicláveis.
• O lixo reciclável proveniente da coleta seletiva será descarregado diretamente no local a ser alugado para os papeleiros, antes de o caminhão prosseguir até a usina.
• Também ficou definido que o lixo de Vale do Sol, que não mais estava sendo entregue aos triadores, voltará a ser destinado ao grupo a partir de 1º de julho.
• Até o aluguel do novo pavilhão, o lixo será entregue aos papeleiros, no galpão do Bairro Avenida, nas segundas, quartas e sextas-feiras, em horários que eles possam trabalhar.
(Gazeta do Sul, 12/06/2008)