De 29 freqüentadores do parque Ibirapuera ouvidos pela Folha, 15 sabiam que ele está em uma das regiões mais poluídas da cidade, mas nenhum deles disse que pretende deixar de ir ao local por esse motivo.
O vendedor César Augusto de Oliveira, 34, mora no Jabaquara (zona sul) e vai de bicicleta ao Ibirapuera duas vezes por semana. Nunca sentiu os efeitos da alta concentração de ozônio. "Esse não é um problema visível, e o parque atrai as pessoas porque é bem cuidado. Não acredito que deixarão de vir por isso", afirma.
O skatista Ricardo Amaral, 37, treina na pista do parque de quatro a cinco dias por semana e já sentiu falta de fôlego por conta da poluição e da baixa umidade, mas não sabia que o ozônio também prejudicava a respiração. "Não tem como fazer uma cúpula sobre o parque para isolá-lo", afirma.
O produtor musical Nei Moreira, 43, passou a evitar o Ibirapuera por causa da poluição. Ele patinava no parque e sentia irritação nos olhos. Hoje, vai até lá em dias mais úmidos, quando não sente tanto os efeitos. Mas se restringe a alongamentos e caminhadas.
Cristina Tanio, 30, afirma: "Às vezes até penso em correr de máscara, mas tenho vergonha". A publicitária vai à academia de manhã e, à noite, corre no parque. "Não tem sido tão prejudicial à minha saúde."
(Por Gustavo Hennemann e Juliana Lugão, Folha de São Paulo, 12/06/2008)