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mercado de carbono reflorestamento desmatamento da amazônia
2008-06-11

O pagamento por serviços ambientais ainda é uma realidade distante dos mato-grossenses, mas que num futuro próximo pode se tornar uma lucrativa maneira de preservar a floresta amazônica. Especialistas no assunto, presentes no Global Katoomba Meeting 2008, garantem que o custo-benefício do mercado de carbono pode ser muito mais vantajoso do que investir na agropecuária.

Isso pode se dar de duas maneiras. Uma delas seria através do reflorestamento, o que já está previsto no Protocolo de Kyoto. Quando o proprietário rural refloresta, ele pode vender depois os créditos de carbono se não derrubar a nova plantação, pois a vegetação evita que o gás seja liberado na atmosfera. Quem compra os créditos são as empresas que emitem mais poluentes do que poderiam quando assinaram o Protocolo e também quem tiver interesse.

Nesse modelo, a grande dificuldade no Brasil é conseguir o crédito para dar início no plantio de novas árvores. “Não é tão fácil, mas existem bancos que fazem esse financiamento e há também como fazer uma parceria com instituições interessadas em vender futuramente os créditos de carbono”, apontou o diretor de Comunidades e Mercados da Forest Trends, Roberto Borges.

Até com um lucro reduzido para o fazendeiro interessaria o modelo, porque ele conseguiria se legalizar se desmatou irregularmente no passado e também obteria certa vantagem financeira com uma participação na venda do carbono, que hoje movimenta cerca de 60 bilhões de dólares no mundo. Contudo, isso só vale para as áreas degradadas antes de 1990.

Outra forma de entrar nesse mercado, ainda muito incipiente, mas interessante para Mato Grosso, seria remunerar o produtor rural por manter intacta a área que poderia ser devastada legalmente. O governador Blairo Maggi disse que os produtores do Estado têm interesse, mas não recebem nenhuma informação sobre a venda do carbono.

“Isso não é regulamentado ainda e não está no Protocolo de Kyoto, mas para Mato Grosso pode ser interessante em breve. Uma espécie de incentivo para manter os 80% intactos, que é o que prevê a lei para as propriedades na Amazônia. O preço da tonelada de carbono varia entre 5 e 30 dólares, e estimamos que 1500 hectares evitam o lançamento de 400 mil toneladas de carbono, em média”, disse Roberto Borges. (KR)

(De Washington/EUA, Diário de Cuiabá, 11/06/2008)


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