No encerramento de sua viagem a Washington DC (EUA), durante a tarde de ontem o governador Blairo Maggi foi recebido por vários setores da comunidade internacional no Woodrow Wilson International Center for Scholars, uma entidade norte-americana. Consultores do Banco Mundial, jornalistas e ambientalistas discutiram com Maggi o desmatamento na Amazônia e o embate com a produção de alimentos na região.
Apesar dos temas serem os mesmos dos abordados no Global Katoomba Meeting pela manhã, o debate teve posições mais incisivas dos participantes. O governador foi questionado sobre a venda de carbono por comunidades indígenas e sobre o controle nas propriedades rurais, mas por muitas vezes, suas repostas foram consideradas evasivas.
O consultor do Banco Mundial, Ephim Shluger, afirmou que Mato Grosso precisa tomar um novo rumo no que diz respeito às políticas ambientais. “Está na hora de pensar em estratégias e não mais em táticas. A estratégia permite potencializar os bons resultados e ela é fundamental para o desenvolvimento”, disse. Para o consultor, se Mato Grosso conseguir desenvolver bons projetos, com respaldo científico e apoio de organizações, conseguirá obter recursos internacionais.
“O governo de Mato Grosso já não pode mais emprestar, mas pode fazer convênios com o Ministério e então aí se faz fundamental uma boa sintonia com a esfera federal. Existem muitos fundos que podem ser utilizados como, por exemplo, o Fundo Perdido, que não precisa ser pago e funciona como uma espécie de doação”, frisou.
Shluger falou que todo o alarde internacional sobre a devastação na floresta é também fruto da falta de controle e de dados precisos por parte das esferas de governo. Para ele, é preciso afinar as políticas de gestão no território amazônico e fez um paralelo com a economia nacional.
“É preciso achar para o meio ambiente uma estratégia de sucesso, como foi o Plano Real para a economia”, pontuou. Maggi defendeu que com o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, assumindo o Programa Amazônia Sustentável as possibilidades de desenvolver ações nesse sentido se tornam muito maiores. (KR)
(De Washington/EUA, Diário de CUiabá, 11/06/2008)