Movimento foi organizado por 300 integrantes da Via CampesinaCerca de 300 integrantes da Via Campesina fecharam ontem a BR-282 no trevo de acesso a Maravilha, no Oeste, e a unidade da Coopercentral Aurora, no mesmo município.Os protestos, que duraram em torno de duas horas, integraram uma jornada de mobilizações da entidade que congrega camponeses em 10 estados do país. Em Santa Catarina, também houve um ato em Otacílio Costa, na Serra Catarinense.
Em Maravilha, os carros pequenos desviaram por acessos secundários. Os caminhões ficaram cerca de duas horas parados.
Na Aurora, seis caminhões foram impedidos de sair do pátio e um, carregado com frangos, foi proibido de entrar. Os funcionários foram barrados por meia hora.
O coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Charles Reginatto, disse que o bloqueio da agroindústria não foi um protesto contra a cooperativa.
- O protesto é contra o modelo que a cooperativa segue.
A Aurora informou que 30 mil aves deixaram de ser abatidas.
MST participa dos protestos em SCReginatto afirmou que o atual modelo do agronegócio é de concentração da produção, o que, segundo ele, exclui famílias da atividade e aumenta o impacto ambiental.
Para Celestino Persch, da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o atual modelo do agronegócio estimula o êxodo rural. Outro fator apontado para o êxodo é a construção de barragens de grande porte.
Os manifestantes sugerem o uso de energias alternativas, incentivo à produção de alimentos na pequena propriedade, reforma agrária e estímulo ao associativismo e cooperativismo. Além do MST e MPA, os atos em SC tiveram participação do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento das Mulheres Camponesas.
A agricultora Elvira Ramos, 54 anos, de Barra Bonita, disse que o trabalho da categoria não tem valor.
- A gente trabalha das 5h até as 22h ou 23h. Cuida das vacas, da horta e da casa. No leite, a gente ganha só 63 centavos por litro e, no supermercado, o preço está acima de R$ 1,50.
Joana Sebben, agricultora de São Miguel do Oeste, criticou ou insumos. Disse que "o adubo dobrou de preço".
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense/Maravilha, 11/06/2008)