O sistema ajuda a encontrar a melhor opção para geração de energia elétrica, seja usando o biogás ou o calor da incineração.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), desenvolve um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que estuda a melhor opção tecnológica para o aproveitamento do biogás para a geração de energia elétrica. O software interativo tira dúvidas, de acordo com a viabilidade técnica econômica e financeira do empreendimento, no município onde ele estiver localizado.
O projeto de P&D analisa desde as matérias-primas, a preparação do lixo urbano, seu uso e a sua deposição no aterro sanitário. O software se propõe a encontrar a melhor opção para geração de energia elétrica, seja usando o biogás ou usinas que incineram o lixo e que, com o calor, geram energia elétrica ou, ainda, a opção de queimar o gás em motores a gás ou em microturbinas.
O biogás possui grande concentração de metano, que é um gás produzido pela decomposição de matéria orgânica em aterros sanitários, podendo ser usado como combustível na produção de energia elétrica ou térmica. A queima do metano a 1.000°C gera energia térmica que movimenta os motores, transformando-a, então, em energia elétrica. Quando não aproveitado, o metano perde-se na atmosfera e pode causar sérios impactos ambientais.
A disposição inadequada do lixo também causa poluição do solo, das águas e do ar, além de propiciar proliferação de vetores de doenças. Cada município ou um conjunto de municípios deve dar uma solução para os resíduos e, em contrapartida, recebe uma remuneração especial que incentiva esta prática (ICMS Ecológico).
Para o técnico de normalização Virgílio Almeida Medeiros, da Cemig, o lixo urbano possui um potencial que está sendo desprezado, pois, se fosse utilizado para a obtenção de energia elétrica, estaria atendendo tanto aos anseios da Cemig como mais uma fonte de energia, como também às necessidades socioambientais, devido à comercialização de certificados de redução de emissões no mercado de créditos de carbono, previstos pelo Protocolo de Quioto.
Se todo o lixo produzido em Minas Gerais, 70 mil toneladas por semana, fosse utilizado para a geração de energia elétrica, a capacidade geradora de Minas Gerais seria ampliada em aproximadamente 2.000 MW, ou um terço da capacidade da Cemig, que é de cerca de 6.000 MW. As informação são da assessoria da Cemig.
(Carbono Brasil, 10/06/2008)