Se o termo "metal nobre" não fosse utilizado para definir uma classe muito específica de metais tradicionalmente de alto valor, o titânio bem poderia ser chamado assim. De qualquer forma, ao menos a maioria das suas aplicações podem ser chamadas tranqüilamente de "usos nobres".
E o titânio só não leva essa nobreza para uma gama maior de usos por uma questão econômica: ele é muito caro. Não tanto por sua produção ser pequena, quanto pelo fato de que produzir peças de titânio depois que ele é extraído do minério envolve um processo complicado e com elevado consumo de energia.
Peças de titânio sem fusão
Agora, cientistas do Laboratório Oak Ridge, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova técnica de produção de peças de titânio que poderá fazer seu preço cair significativamente, potencialmente abrindo caminho para sua utilização em campos onde ele não é competitivo hoje.
Em vez de fundir o metal para produzir as peças, a nova técnica utiliza um processo que envolve a compressão e a sinterização do titânio a partir do pó do metal, que permanece em estado sólido durante todo o processo produtivo. A economia de energia chega aos 50%.
Metalurgia do pó
A técnica sem fusão inclui a compactação por rolos para a fabricação direta de folhas de titânio a partir do pó, técnicas de prensagem e sinterização para a criação de peças de formatos complexos, e a extrusão.
"Em vez de usar o processamento convencional por fusão para produzir peças a partir do pó de titânio, com o novo método o pó permanece em sua forma sólida durante todo o procedimento," explica o engenheiro Bill Peter. "Isso economiza uma quantidade tremenda de energia exigida para o processamento, reduz enormemente a quantidade de sucata e permite a fabricação de novas ligas e compósitos."
A metalurgia do pó é uma área conhecida há muito tempo pela engenharia, mas até agora não se dispunha de métodos para empregá-lo com o titânio.
(Inovação Tecnológica, 10/06/2008)