Desde a noite de segunda-feira (09/06), atingidos pela usina hidrelétrica de Estreito trancam a estrada de ferro da Vale do Rio Doce, no município de Darcinópolis, em Tocantins. Cerca de 400 pessoas paralisam o tráfego do trem que abastece as obras da ferrovia que ligará o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao município de Senador Canedo, em Goiás.
Depois de construída, a ferrovia fará o transporte da soja produzida na região amazônica e de minério de ferro da Vale. Além de denunciar o corte ilegal da floresta amazônica e do cerrado para grandes extensões de lavoura, os manifestantes reivindicam o cumprimento dos acordos feitos entre eles e a empresa VALEC, construtora da ferrovia.
“Já estamos cansados de esperar a solução para os problemas causados pela construtora. Com esta paralisação queremos que o processo de negociação seja retomado, com a participação do Ministério Público Federal. Cobramos uma solução eficaz para o problema da água que está pendente desde 2005, e ainda que as demais obras de mitigação de impactos sejam concluídas com urgência”, afirma Judite Rocha, militante do MAB.
Cancelamento das obras da UHE de EstreitoNa última sexta-feira (06/06), a Justiça Federal do Maranhão anulou a licença de instalação da usina e determinou que os estudos de impacto ambiental da obra sejam complementados. Se isso não for cumprido, o Consórcio Estreito Energia, responsável pela construção, terá que pagar multa de R$ 15 milhões. O consórcio é composto pela Suez, com 40,07% do projeto; Companhia Vale do Rio Doce, com 30%; Alcoa, com 25,49%, e Camargo Corrêa, com 4,44%.
De acordo com a decisão, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não poderá emitir nova licença de instalação antes da complementação dos estudos e deverá promover audiências públicas nos municípios afetados.
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MST, 10/06/2008)