Centenas de militantes do MAB e Via Campesina trancaram, na manhã de ontem (10/06), a BR 364, em Candeias do Jamari, a 20 Km de Porto Velho, em Rondônia, no trecho que liga Porto Velho a Cuiabá. A rodovia é o principal caminho para o escoamento da soja produzida no Mato Grosso.
A mobilização visa denunciar o desmatamento da Amazônia, a ocupação ilegal de enormes extensões de terra para plantação de soja e outros, e o saqueio dos recursos minerais. No manifesto da Jornada de Lutas da Via Campesina e da Assembléia Popular, quando se refere à Amazônia, consta que os movimentos sociais são “contra a Medida Provisória nº 422/08, que legaliza áreas de até 1500 hectares, invadidas por latifundiários na Amazônia, quando a Constituição determina apenas até 50 hectares”. Além disso, defendem “o desmatamento zero na Amazônia e nos demais biomas brasileiros, preservando a riquezas naturais e usando os recursos naturais de forma adequada e sustentável, em favor do povo.”
A polícia militar e a polícia rodoviária federal estão no local e tentam desobstruir a pista. Usam da força e intimidam os militantes. Segundo uma das lideranças do MAB no local, os policiais estão pedindo os nomes e os números dos documentos dos manifestantes. “Esta é uma tentativa de incriminar nossos militantes”, menciona.
Não às usinas no rio MadeiraA BR ocupada fica a cerca de 25 Km de distância do eixo onde está prevista a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio. Os manifestantes são contra às duas usinas previstas no Complexo Madeira e dizem que a construção das mesmas é de interesse de grupos poderosos, donos de mineradoras, madeireiras, além dos plantadores de grãos. “As usinas tornarão o rio Madeira navegável, abrindo um caminho para o saqueio dos bens naturais da Amazônia”, denunciam.
A mobilização em Rondônia também faz parte da Jornada Nacional de Lutas, da qual doze estados estão participando.
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MST, 10/06/2008)