A organização não-governamental Greenpeace lançou uma campanha pela internet em protesto ao Projeto de Lei nº 6424/2005, do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA). Para o Greenpeace, o projeto estimula a degradação ambiental e autoriza a derrubada de até 50% da vegetação nativa em propriedades privadas da Amazônia. A organização pretende colher assinaturas para contestar o projeto e, para isso, lançou o portal Meia Amazônia, não.
O diretor de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão, diz que o projeto beneficia os grandes ruralistas, comerciantes e industriais. "A intenção da bancada ruralista é liberar metade da Amazônia para ser inteiramente destruída e ser plantada com biocombustível, isto é, vender palmas e outras espécies que vão ser combustíveis para os carros do mundo inteiro rodar."
Para o Greenpeace, o Brasil já desmatou na Amazônia área suficiente para a produção agrícola e de biocombustivel. "O agronegócio não se contenta com aquilo que foi dado. Eles acabam de receber R$ 75 milhões de recursos do governo e perdão de suas dívidas que nunca foram pagas e nunca se comprometeu em dar como resposta, para a população brasileira, um compromisso sério com a questão ambiental.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), autor do projeto, diz que há equívocos na interpretação do projeto que não prevê o corte de 50% da floresta, mas a recuperação de áreas já alteradas, com a plantação de espécies nativas ou exóticas e que isso não mexe na área de reserva ambiental.
"O meu projeto não permite o plantio de soja, cana, grãos, não permite pecuária nas áreas alteradas a não ser nos 20% permitido hoje. Então não muda em nada o Código Florestal com relação a reserva ambiental", finaliza.
(Por Cristiane Santos, Agência Brasil, 09/06/2008)