A Cibe Energia pretende construir cinco termelétricas a óleo combustível com baixo teor de enxofre no Rio Grande do Sul. Cada usina terá capacidade para gerar até 176 MW. Juntos, os complexos poderiam produzir, operando a plena carga, cerca de 24% da demanda média de energia do Estado.
Para os empreendimentos saírem do papel, é necessário que consigam vender sua energia no leilão que o governo federal promoverá em agosto. Se tudo ocorrer de maneira satisfatória para a empresa, as termelétricas serão implementadas nos municípios de Osório, Glorinha, Cachoeirinha, Gravataí e Nova Santa Rita.
Conforme fontes do setor elétrico, a estimativa de investimento nos cinco projetos é de cerca R$ 1,3 bilhão. As usinas térmicas da Cibe Energia serão operadas por disponibilidade, ou seja, entregarão a energia ao Sistema Integrado Nacional (SIN) e entrarão em operação sempre que houver requisição do Operador Nacional do Sistema (ONS).
O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, explica que se trata praticamente de um "seguro-apagão". "Quando os reservatórios das hidrelétricas estão com um nível baixo e há escassez de oferta de energia, as térmicas a óleo são acionadas", informa Faria.
Esse tipo de usina não deve gerar energia constantemente, pois sua produção é mais cara do que a de fontes como a hídrica, por exemplo. Além dos empreendimentos no Rio Grande do Sul, a Cibe Energia iniciará a operação, no espaço de quatro anos, de cinco térmicas a óleo combustível com baixo teor de enxofre no Nordeste do País. Dois dos complexos serão instalados no Ceará e os outros estarão na Bahia, Pernambuco e Paraíba. Essas usinas, somadas, poderão gerar até 916 MW. O investimento previsto pela empresa nesta iniciativa é de cerca de R$ 1,4 bilhão.
A Cibe Energia faz parte da Cibe Participações e Empreendimentos (CibePar), holding formada pelos grupos Bertin e Equipav. A CibePar está presente em nove estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Ceará, através de suas três holdings que atuam nas áreas de rodovias, saneamento e energia.
(Jornal do Comércio, 10/06/2008)