A nova coordenação da Federação das Entidades Ecologistas Catarinenses (FEEC), recentemente eleita, reuniu-se sábado (07/06), no Projeto Ambiental Gaia Village, em Garopaba/SC, com o objetivo de traçar o plano de trabalho da gestão. Fortalecer o movimento ambientalista catarinense nos próximos dois anos é a principal meta para o biênio 2008-2009, definiram os participantes.
Uma das formas será o estímulo às entidades filiadas a que participem dos conselhos municipais do meio ambiente, além de capacitá-las para a elaboração de projetos de captação de recursos. Também serão criadas condições para que os conselheiros interajam e dialoguem mais com as organizações ambientalistas no Estado, através de um espaço no site da Federação. Ele terá uma agenda de reuniões e a pauta dos principais conselhos e das instâncias de gestão das políticas públicas ambientais catarinenses para conhecimento geral.
"Visando contribuir com a gestão das Unidades de Conservação, a Federação deverá concorrer a uma vaga na eleição do Conselho Gestor da APA da Baleia Franca, marcada para o dia 21 de junho", diz Alexandre Lemos, coordenador geral da FEEC. A entidade também vai criar um grupo de trabalho de estudo e avaliação do Código Ambiental de Santa Catarina para apresentar contribuições ao documento, que se encontra tramitando na Assembléia Legislativo do Estado.
Segundo a coordenadora administrativa, Sandra Severo, da Fundação Gaia, terceira na foto, "a coordenação da FEEC (integrada pelas ONGs Aliança Nativa, Isa Campeche, Fundação Gaia e Apremavi) quer dialogar com todos os segmentos da sociedade, pautando-se por ações afirmativas que contribuam com o desenvolvimento ambientalmente responsável, ético e justo em Santa Catarina".
Gestão Caótica
Para Alexandre Lemos, da ONG Aliança Nativa, "a gestão ambiental em Santa Catarina é caótica, tanto do ponto de vista da preservação dos recursos naturais como na participação da sociedade civil no processo de condução das políticas públicas inerentes ao tema". Em decorrência disso, o Estado é o campeão nacional de desmatamento da Mata Atlântica, cita Lemos.
Os mais graves problemas ambientais de Santa Catarina, acrescenta, estão relacionados à implementação das Unidades de Conservação (UCs) e à gestão das áreas legalmente protegidas, gestão de resíduos sólidos e líquidos (industriais e domésticos) e ao processo de licenciamento e fiscalização de licenças ambientais.
Já o movimento ambientalista catarinense, continuou Lemos, "está em fase de redesenho de sua forma de intervenção", uma vez que o modelo vigente não permite eficácia suficiente para que atinja os objetivos institucionais das entidades. "As entidades estão carentes de estruturação, capacitação e fomento", completou.
Neste sentido, ele cita como tarefas da Federação, a partir de agora, "trazer uma nova feição à FEEC, mantendo seus objetivos institucionais, porém, alterando a forma de intervir, de modo que possibilite uma integração maior com os demais segmentos da sociedade e o poder público por meio de ações educativas; a elaboração de um projeto de fortalecimento institucional para captação de recursos e a integração maior entre as entidades". Aproximadamente 60 ONGs e entidades compõem a FEEC.
(Por Ulisses A. Nenê, EcoAgência, 10/06/2008)