Polietileno é produzido a partir de etanol proveniente da cana-de-açúcar
A fábrica de brinquedos Estrela vai passar a utilizar em parte de seus produtos o “plástico verde”, polietileno produzido a partir de etanol proveniente da cana-de-açúcar.
A empresa assinou na última semana com a petroquímica brasileira Braskem o fornecimento do novo material, que tem as mesmas propriedades físicas, químicas e mecânicas do polietileno feito a partir de petróleo.
– Não tivemos de adaptar nossa linha de produção. O polietileno verde tem as mesmas características do [produzido a partir do] petróleo. Ele é inovador, é o primeiro do mundo – explica o diretor de Marketing da Estrela, Aires Leal Fernandes.
O “plástico verde” pode ser utilizado em todas as aplicações do polietileno produzido do petróleo: embalagens para produtos alimentícios, de higiene pessoal, xampus, embalagem para produtos de limpeza doméstica e brinquedos. Mas, apesar de capturar CO2 da atmosfera no seu processo de produção, o novo material não é biodegradável.
– Ele não é biodegradável. A gente está tirando CO2 (dióxido de carbono) da atmosfera e reduzindo o efeito estufa. E isso, no conceito da Braskem, além de o plástico poder ser reciclado, traz mais valor do que ele ser biodegradável – explica o líder de desenvolvimento do plástico verde da Braskem, Luiz Nitschke.
O novo polietileno foi desenvolvido pela própria Braskem nos últimos dois anos e meio, com investimento de aproximadamente US$ 5 milhões. O novo produto ainda é produzido a um custo superior ao do plástico convencional. Mas deve ter seu preço diminuído quando sua produção começar em larga escala.
O mercado mundial de polietileno é da ordem de 60 milhões de toneladas ao ano. A Braskem pretende produzir cerca de 200 mil toneladas utilizando o etanol da cana como matéria-prima.
(ClicRBS, 09/06/2008)