O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, anunciou hoje que o governo estuda junto com os empresários do setor de álcool e açúcar um contrato de trabalho para melhorar a situação dos cortadores de cana-de-açúcar. "Isto servirá para acabar com acusações de péssimas condições de trabalho no setor, que reconheço ser um trabalho pesado", disse. Lula também acusou as empresas de petróleo pela campanha contra o biocombustível no mundo.
"Eu acredito que os principais ataques aos biocombustíveis vêm das empresas de petróleo. Dizer que a cana-de-açúcar está invadindo a Amazônia é um absurdo muito grande. De toda a cana que nós temos, apenas 21 mil hectares estão plantados perto da Amazônia", afirmou o presidente.
O presidente disse que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, é quem está negociando com os empresários um contrato de trabalho para os cortadores de cana-de-açúcar. "Nós precisamos tratar isso com muito carinho porque em São Paulo nós já temos 50% do corte de cana mecanizado. Nós precisamos cuidar da formação desse trabalhador que trabalha no corte de cana agora, e que vai ser substituído por uma máquina, e cada máquina substitui quase que 80, 90 trabalhadores, para que ele possa ter possibilidade de, com uma boa formação profissional, ter emprego em outro lugar."
"Não queremos substituir o homem pela máquina, nós queremos que a máquina corte cana, mas queremos que o ser humano que hoje corta a cana tenha a possibilidade de ter um trabalho melhor, um trabalho digno", disse Lula.
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Estado de São Paulo, 09/06/2008)