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poluição em rios
2008-06-09
Péssimas notícias para os mineiros marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente. O Rio das Velhas foi apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como o terceiro mais poluído do país, atrás apenas do Tietê, em São Paulo, e do Iguaçu, em Curitiba (PR). O estado ainda lidera o ranking dos que mais usaram fertilizantes por hectare plantado, um vetor de contaminação de rios, lagos e cursos d’água. A vegetação também foi ameaçada e ardeu em 3.036 focos de incêndio em Minas, incluída na lista das 10 unidades da federação com o maior número de queimadas do Brasil.

A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2008 fez um diagnóstico de 60 itens, sendo 23 deles na esfera do meio ambiente, relativos a 2006. Esta é a terceira edição do estudo, feito também em 2002 e em 2004. O levantamento divulgado quarta-feira pelo IBGE mostrou um sério comprometimento do índice de qualidade das águas (IQA) dos rios que cortam as zonas urbanas. Os três piores da lista ficaram bem abaixo do IQA médio anual considerado ótimo (80). Na liderança está o Rio Tietê, em São Paulo, com 30, seguido pelo Iguaçu, em Curitiba (PR), com 31, e o Velhas teve 57,6. “O objetivo é mostrar que os rios que atravessam as cidades estão mortos. Enquanto não se trabalhar a coleta e o tratamento de esgoto essa realidade não mudará”, ressaltou o pesquisador Judicael Clevelario.

De acordo com a coordenadora-executiva do projeto “Revitalização do Rio das Velhas”, conhecido como Meta 2010, Myriam Mousinho, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o índice não é uma surpresa. “Por isso, o governo de Minas concentra esforços na despoluição e recuperação do rio. Até 2011, serão investidos R$ 1,2 bilhão, o equivalente à construção de duas Linhas Verdes”, disse. O ponto crítico, entre os rios Jequitibá e Itabirito, passando por BH, alcançou um IQA de 37,96 no ano da pesquisa.

Uma série de ações estão em curso, como a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Arrudas, incluindo o tratamento secundário, um trabalho biológico que permite o aumento da remoção da carga orgânica poluidora do rio de 75% para 92%. Ano passado, tiveram início também os trabalhos na ETE Onça. Myriam afirma que, em agosto, os interruptores dos córregos da Serra, do Acaba Mundo e dos Pintos, na Região Centro-Sul de BH, estarão prontos. “Toda a Zona Sul terá o esgoto tratado, o que mudará o índice de qualidade”, afirma. O projeto Meta 2010 será apresentado hoje, na Ponte Velha de Santa Luzia, como parte das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Ela acrescenta que as melhorias já podem ser sentidas com a volta dos peixes. O dourado, por exemplo, espécie sensível à poluição, já subiu 370 quilômetros de onde o Velhas deságua no São Francisco, em Barra do Guaicuí, no Norte de Minas, até perto da foz do Rio Jaboticatubas, na Grande BH.

Memória

Do antigo Rio das Velhas, sobrou somente saudades no coração do aposentado Paulo Roberto de Souza, de 63 anos. Ele mora em Santa Luzia, no Bairro Córrego Frio, às margens do Velhas e se lembra de quando bebia e pescava no curso d’água. “Quando era menino, o rio era o quintal da minha casa. Nadava muito junto com meus colegas. Já pesquei curimatan, mandi e até surubim. O tempo era outro. Hoje, acordo com o mau cheiro e, nem de longe, sonho em pescar”, observa. Ele já ouviu dizer na revitalização do rio, mas o pessimismo toma conta. “Ouço falar da limpeza geral, mas não acredito. As pessoas não respeitam e as políticas públicas demoram a aparecer”, diz.

Em Sabará, no encontro do Arrudas com o Velhas, a história não é diferente. O operador de roçadeira, Diones Vieira dos Santos, de 22, diz que a falta de educação dos moradores contribui para a decadência e sujeira do rio. “Vejo pessoas pegando lixo dentro de casa e jogando tudo na água. Rio não é esgoto. Tenho a esperança de um dia vê-lo cheirando bem com um tanto de peixes para podermos pescar”, acredita Diones.

(Por ONG AMDA, Portal Uai, Portal do Meio Ambiente, 07/06/2008)


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