O grupo Stora Enso divulgará segunda-feira (09/06) uma posição oficial sobre a decisão do Incra de rejeitar a sua compra de terras no Rio Grande do Sul. Na última terça-feira (04/06), o Incra emitiu documento negando autorização para a compra de duas fazendas em São Francisco de Assis, que totalizam mais de 5 mil hectares. A intenção da empresa era plantar eucaliptos, visando a implantação do seu projeto de construir uma fábrica de celulose com capacidade para produzir 1 milhão de toneladas por ano no Estado.
A decisão do Incra, conforme a empresa, pode atrasar ainda mais investimentos na ordem de US$ 2 bilhões. Para abastecer a futura fábrica, a gigante sueco-finlandesa pretende implantar uma base florestal de 100 mil hectares nos próximos oito anos.
A aquisição dessas
terras pela Stora Enso dependia de uma análise do Incra, que é o órgão responsável por encaminhar o pedido de aprovação ao Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN). Na divulgação da negativa, o superintendente regional do Incra no Estado, Mozar Artur Dietrich, disse acreditar que a decisão deva ser repetida nos outros 14 pedidos da companhia que ainda estão tramitando. "O correto teria sido a empresa primeiro obter o aval do governo para depois sim, adquirir as terras", afirmou.
Licença ameaçadaOutra empresa do setor com investimentos no Estado, a Aracruz corre o risco de ver a sua Licença Prévia para a quadruplicação da unidade de Guaíba cassada. A ameaça vem do Ministério Público Estadual (MPE), que está
analisando há dois meses um pedido de suspensão do EIA-Rima e consequentemente, da LP, feito pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícia, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul (Semapi).
Caso o MPE peça e obtenha na justiça a suspensão da licença, será mais um atraso no cronograma da Aracruz no Rio Grande do Sul. A empresa também mantém investimentos em plantios florestais e em terminais marítimos para a logística de seu projeto de ampliação, que somam mais de US$ 1,5 bilhão.
VCP na filaDepois da aprovação do Zoneamento Ambiental para Silvicultura pelo Consema, a Votorantim Celulose e Papel (VCP), agora aguarda o desfecho dos dois casos acima para confirmar o local da sua fábrica. A empresa anunciou em abril que retomará o estudo de impacto ambiental (EIA) a fim de obter licença prévia para a fábrica que pretende construir na Zona Sul, com investimento de US$ 2 bilhões.
O anúncio mais aguardado, porém, é o do município que abrigará a fábrica. Rio Grande e Arroio Grande são os finalistas dessa disputa.
(Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ, 06/06/2008)