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biocombustíveis
2008-06-09
Presidente afirma que pode expandir a tecnologia com países africanos e sul-americanos.

Lula rebateu as críticas de que a cana seria responsável pelo desmatamento da Amazônia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (9), em seu programa semanal “Café com o presidente”, acreditar que o Brasil vai ganhar a “guerra comercial” que envolve o uso dos biocombustíveis.

Para Lula, a defesa da tecnologia durante a cúpula da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) foi importante para mostrar que o Brasil não teme as críticas ao programa e pode expandi-lo por meio de parcerias com os países africanos, caribenhos e sul-americanos. “Era importante dizer isso porque há uma verdadeira guerra comercial”, enfatizou.

O presidente afirmou que os principais ataques aos biocombustíveis vêm das empresas petrolíferas. Ele disse conhecer também os “interesses” dos países que não produzem etanol ou produzem etanol a partir do milho. “Ele é mais caro, não é competitivo, ao contrário, da cana”, afirmou, destacando que o álcool produz menos gás carbônico do que os outros combustíveis. “Fui para defender a diminuição do uso de combustíveis fósseis. Até porque todos os países do mundo assinaram o Protocolo de Quioto e têm de diminuir a emissão de gases de efeito estufa, mas poucos estão cumprindo isso”, completou

 Para Lula, as principais críticas à tecnologia são infundadas. O presidente classificou como absurda a afirmação de que a cana-de-açúcar aumentaria o desmatamento da Amazônia. “Apenas 21 mil hectares de cana estão plantados perto da Amazônia. Mostramos para eles que a distância do local que se planta cana no Brasil para a Amazônia é de milhares de quilômetros”, disse.

Sobre a questão das condições de trabalho nas plantações de cana, Lula admitiu que trata-se de um serviço “pesado”. No entanto, voltou a dizer que trata-se de um trabalho tão duro quanto o desenvolvido nas minas de carvão européias.

Segundo Lula, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, está negociando com empresários um novo contrato de trabalho para os cortadores de cana.

 O presidente explicou que a idéia é oferecer uma nova formação ao trabalhador que, gradualmente, está sendo substituído por máquinas. “Vamos tratar isso com muito carinho porque, em São Paulo, nós já temos 50% do corte de cana mecanizado”, ressaltou.

(G1- 09/06/2008)


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