A visita do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao Parque Eólico em Osório, na sexta-feira (06/06), foi saudada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), como um momento definitivo para demarcar um novo estágio ao desenvolvimento e impulso à produção e geração de energia limpa no Brasil. Moreira disse que a vinda do ministro consolidou sua visão positiva sobre a viabilidade de a energia gerada pelos gigantescos cataventos localizados na faixa litorânea tornarem-se uma matriz energética fundamental para o futuro, abrindo mais um leque de investimentos em um país rico em possibilidades oriundas de outras fontes naturais, principalmente a hidrelétrica.
Edison Lobão afirmou que o Parque Eólico em Osório "é um exemplo e um modelo para outros que deverão surgir em todo Brasil". Ele explicou que o governo federal possui projetos de energia eólica no Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e outros lugares e que a experiência gaúcha "nos estimula a que o Brasil ingresse fortemente nesse campo".
Alceu Moreira ressaltou que, verificar de perto a estrutura do projeto, contribuiu para o ministro confirmar pessoalmente as potencialidades e a viabilidade de o Brasil investir na nova matriz energética. "Temos, no Rio Grande do Sul, uma região inteira deprimida que, com o impacto da instalação deste parque, se inclui no processo de desenvolvimento do Estado como grande geradora de energia, porque, deveremos ter um caminho por esta península, passando por São José do Norte e Santa Vitória do Palmar, chegando até Livramento, trazendo esta região para o centro do fornecimento de energia, inclusive com capacidade de exportação para os países vizinhos, a exemplo, da Argentina, Uruguai e principalmente Chile, que hoje enfrentam grandes problemas na área".
Integração
Para o Presidente da AL-RS, "podemos fazer a integração do Mercosul pela via energética". Alceu Moreira disse que o Parlamento gaúcho tem uma planta energética a propor até o final do ano, para os próximos 30 anos, definindo com clareza as necessidades de consumo, de como poderá se dar a distribuição, entrega e as fontes de produção e, principalmente, redefine, com a planta energética e com a planta de transporte, como vai se dar a ocupação do Rio Grande do Sul com a planta social e econômica nas próximas três décadas". Declarou, ainda, que o entusiasmo do ministro Lobão com a nova perspectiva energética e com os problemas legais que devem ser suplantados para que se amplie o fornecimento deve ser vista como algo além dos interesses partidários ou de governos.
"Este é um tema de Estado, é a idéia do Programa Sociedade Convergente. Não interessa quem está fazendo, interessa que venha para cá. Se há dificuldades legais, se é preciso modificar alguma coisa no Congresso, vamos lá e reunimos as lideranças a partir dos partidos que temos aqui e montamos a possibilidade de fazer modificações no texto legal que viabilize o processo. De um jeito ou de outro vai acontecer a duplicação do parque de Osório, teremos a construção de Tramandaí, vai liberar o Parque de Capivari, as pesquisas para os parques de Mostardas, São José do Norte e Tavares e vamos começar a fazer toda esta estruturação para termos, em leilão ou não, um processo de produção entre 600 e 1.000 megawatts/ano no Brasil, até 2020, baixando o custo do quilowatt e transformando esta energia competitiva entre outras fontes geradoras", afirmou.
Leilão específico
O ministro das Minas e Energias disse acreditar que, em pouco tempo, o que hoje é um fato em países como Espanha, Alemanha, Estados Unidos, China e Índia "possamos fazer também no Brasil". Segundo ele, não é preciso inventar, criar muitas coisas, "só precisamos verificar o que ocorre no mundo, as experiências vitoriosas por aí afora e repeti-las aqui. Este parque é um estímulo". Edson Lobão explicou que existem algumas dificuldades de natureza legal, que devem ser removidas, para dar prosseguimento ao projeto "que aqui começou e que haverá de ser ampliado não apenas aqui mas para todo o Brasil".
Sobre as possibilidades de ser realizado leilão específico de energia eólica, disse que pretende antecipar para este ano o que estava previsto, inicialmente, apenas para 2009.
(Por Gilmar Eitelwein, Agência de Notícias AL-RS, 06/06/2008)