O Observatório de Empresas Transnacionais elaborou um mapa a cerca das mineradoras na Argentina. O país está na quinta posição, em nível mundial, como país potencialmente mineiro e os projetos já se alastram por 80 localidades. De acordo com o Observatório, desses, 17 são de maior conflito.
As regiões com maior número de projetos são: noroeste argentino (NOA), Cuyo e Patagônia. No mapa construído pelo Observatório, é notória a concentração dos projetos ao longo da fronteira da Argentina com o Chile. E, apesar de o número de projetos ser de 80, a quantidade de localidades afetadas é muito maior: o trabalho de investigação chegou a um número superior a 400.
Para identificar as áreas afetadas, o Observatório considerou a proximidade com o projeto, a proximidade com correntes fluviais que são, ou serão, utilizadas pelas empresas como parte da exploração dos minerais, e a corrente geral de ventos.
As mineradoras "não contribuem para o desenvolvimento sustentável das regiões nas quais operam, não são uma fonte de empregos para os moradores das proximidades, além de terem um forte impacto ambiental. Todos esses fatores têm como conseqüência a destruição das frágeis economias regionais e a origem de doenças mortais para seus habitantes", disse o Observatório.
Desde os anos 90, as mineradoras começaram a cegar com mais força na Argentina. Agora, já são 42 as grandes transnacionais que desenvolvem mega-projetos mineiros no país, segundo o mapa. Na Argentina, no entanto, as transnacionais mineiras que operam no país só têm as casas matrizes, os escritórios centrais ficam, na realidade, na América do Norte, na Europa e na Austrália.
A lei mineira na Argentina favorece amplamente os capitais estrangeiros, deixando mínimas regalias ao Estado argentino e às províncias. Para o povo, só ficam os problemas que essa agressão ao meio ambiente causa.
O Mapa
Ante as agressões ao meio ambiente e ao povo, o Observatório considerou imprescindível criar um Mapa de Conflito Mineiro na Argentina, que desse conta da distribuição territorial das transnacionais do setor e das localidades afetadas pelas atividades dessas empresas. Assim, ao longo do tempo, o Mapa terá informações sobre o sistema de indicadores sociais, econômicos, trabalhistas, ambientais e outros igualmente significativos sobre a atividade das empresas mineiras.
(Adital, 06/06/2008)