Os ministros de Energia do G8 acertaram o estabelecimento de um novo acordo energético para conter a mudança climática e os crescentes preços do petróleo. O acerto ocorreu após encontro em Aomori, no norte do Japão.
Os ministros dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Rússia definiram as bases da Sociedade Internacional para a Cooperação em Eficiência Energética - IPEEC - e convidaram países como China, Índia e Coréia do Sul para se unirem à iniciativa.
O encontro no Japão foi o primeiro dos ministros de Energia do G8 e das três economias emergentes para falarem sobre os desafios futuros na área energética. A séria preocupação com os elevados preços do petróleo foi o tema central da reunião, que reuniu representantes dos 11 países, responsáveis por cerca de 65% do consumo de energia e das emissões de dióxido de carbono do mundo.
O preço do petróleo, que atualmente vale mais do que o dobro do que custava no início de 2007, atingiu na sexta-feira o recorde histórico de US$ 139 o barril em Nova York.
Os ministros de Energia também discutiram formas de resolver a atual instabilidade do mercado do petróleo e concordaram quanto à importância de investirem mais dinheiro.
No entanto, devido a suas diferentes posturas econômicas, os ministros não chegaram a um acordo sobre as principais causas da instabilidade, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo.
Países como os EUA, que insistem na necessidade de os subsídios aos produtos derivados do petróleo serem reduzidos, apontaram o desequilíbrio entre a oferta e a demanda como a principal causa da instabilidade. Por outro lado, vários países europeus e a China consideraram que a injeção em massa de dinheiro especulativo procedente dos fundos de alto risco é o que está fazendo o preço do petróleo disparar.
Os 11 países concluíram que deve ser realizada uma análise mais exaustiva dos determinantes do mercado do petróleo e que é preciso discutir mais sobre o tema na reunião de ministros de Finanças, que acontecerá sexta e sábado em Osaka.
A Agência Internacional de Energia (AIE), integrada por 27 países industrializados, entre os quais não estão a China nem a Índia, contribuirá para o estabelecimento da IPEEC.
Segundo a AIE, China e Índia serão responsáveis por quase metade da expansão da demanda por energia até 2030 e superarão os EUA como o maior consumidor mundial de energia em 2010.
Os termos do acordo da IPEEC ainda são muito gerais, mas espera-se que, no final deste ano, os países participantes concretizem os detalhes de um novo marco, que incluirá reuniões de primeiro escalão e relatórios anuais.
(Zero Hora, 08/06/2008)