Na mensagem que deixou no Dia Mundial do Ambiente de 2008, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou ao fim da dependência dos combustíveis fósseis, nomeadamente do carvão. “A dependência é algo terrível. Consome-nos, controla-nos, leva-nos a negar verdades importantes e cega-nos para as consequências das nossas acções. O nosso mundo está à beira de uma perigosa dependência dos combustíveis fósseis”, escreve hoje Ban Ki-moon.
O secretário-geral da ONU lembrou que, apesar de serem por vezes a única opção para os países mais pobres, estes combustíveis menos sustentáveis já estão a causar estragos no planeta. “Sabemos que as alterações climáticas estão a acontecer e sabemos que o dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa que emitimos são a causa”.
Mas a emissão de dióxido de carbono não se revela apenas através da queima de combustíveis fósseis. Ban Ki-moon sublinha o abate de florestas tropicais – pela sua madeira, pasta de papel, solo arável e plantações de biocombustíveis – que liberta grandes quantidades de dióxido de carbono.
Os custos não são de negligenciar e serão para todos. “As implicações ambientais, económicas e políticas são profundas. Os ecossistemas – desde as montanhas aos oceanos, dos pólos aos trópicos – estão a ser rapidamente alterados. Há cidades que enfrentam a ameaça da inundação, solos férteis que se estão a transformar em desertos e padrões climáticos que se tornam imprevisíveis”.
“Mitigar as alterações climáticas, erradicar a pobreza e promover a estabilidade económica e política, todos exigem a mesma solução: temos de abandonar o vício do carbono”, apelou. “A mensagem deste Dia Mundial do Ambiente é que todos somos parte da solução. Quer sejamos um indivíduo, uma organização, uma empresa ou um Governo, há muitas medidas para reduzirmos a nossa pegada de carbono”.
(Ecosfera, 06/06/2008)