No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira (5) o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) pediu para a América Latina interromper o desmatamento e iniciar o reflorestamento de suas áreas vegetais. O órgão também pediu para a região "abandonar o hábito" de algumas atividades cotidianas que geram emissões de dióxido de carbono (CO2).
O representante do Pnuma para a América Latina e o Caribe, o cubano Ricardo Sánchez, afirmou à Agência Efe que, embora a região só produza 5% das emissões de dióxido carbono mundiais, pode dar o exemplo com pequenas ações. "Parar o desmatamento pode ser uma contribuição muito importante que tem um impacto em nós mesmos, porque melhora serviços ambientais recebidos pela população, protege o patrimônio natural e é, ao mesmo tempo, uma contribuição ao clima global", afirmou Sánchez.
Ele afirmou que Costa Rica, Cuba, República Dominicana e Uruguai são exemplos para o mundo, pois são os únicos países da América Latina nos quais o reflorestamento supera o desmatamento, o que provocou um aumento em suas coberturas florestais. No entanto, dados do Pnuma indicam que a América Latina é uma das regiões com mais desmatamento do mundo, pois perde, ao ano, 4,5 milhões de hectares de florestas.
"Estamos dizendo à América Latina que não é a principal responsável pelas emissões, mas pode ser afetada duramente por sua vulnerabilidade, e, por isso, tem que contribuir para diminuir as emissões deixando o hábito do CO2", afirmou. O representante do Pnuma está na Costa Rica, país escolhido como sede regional da apresentação da guia para diminuir as emissões de CO2, como reconhecimento aos esforços desta nação nesse sentido.
Se a América Latina der o exemplo na diminuição de emissões de gases, "vai dar-nos toda a moral de exigir aos que têm maior responsabilidade que a cumpram, porque nós também estamos fazendo ações", disse Sánchez. No entanto, o representante do Pnuma afirmou que o principal desafio da região está em adaptar-se à mudança climática, que é "inevitável", e, ao mesmo tempo, cortar as emissões de CO2 para criar "economias mais eficientes".
"A América Latina tem uma eficiência energética que não progrediu muito nos últimos 30 anos, quando o mundo desenvolvido a melhorou em 30%", ressaltou. Esta região "tem um potencial enorme em energia renovável que pode incorporar à sua matriz energética", destacou.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 06/06/2008)