O governo tem o seu papel na conscientização da população para o consumo. No entanto, a redução dos impactos do consumo no meio ambiente não depende só do governo. Essa é a avaliação da organização não-governamental ambientalista WWF Brasil.
Pesquisa realizada pela WWF Brasil em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) mostra que se o padrão de consumo do brasileiro em relação a alimentos, energia, água ou serviços fosse repetido por toda a população mundial, seria necessário ter dois e três planetas Terra produzindo continuamente para fornecer os produtos e serviços demandados.
Esse impacto é o que o WWF chama de “pegada ambiental”, ou seja, a marca que é deixada na natureza. “O que nós estamos observando é que o consumo do brasileiro, em geral, é muito diferente. Mesmo assim, a acende uma luz amarela, para que a gente tenha um consumo responsável, para que possamos perceber que os recursos naturais são finitos e para que a gente possa então começar a racionalizar, usar tecnologias limpas”, disse a secretária geral do WWF Brasil, Denise Hamú.
Para conseguir essa mudança de atitude, Denise diz que as campanhas do governo são necessárias e destaca que o poder público tem o seu papel, “mas isso é uma responsabilidade de todos, não podemos ficar esperando do governo todas as soluções”.
A secretária também ressalta que as campanhas governamentais, para produzir mudanças de atitude na população, precisam mudar a sua forma. “Essas campanhas têm que ser mais propositivas e também ter uma cadência, não podem ser esporádicas, ou reativas”, como foi o caso do apagão em 2001, lembra.
Na época, por causa da falta de energia para ser oferecida à população, o governo teve que fazer campanhas e adotar medidas restritivas para diminuir o consumo. No final, a movimentação deu certo. Um dos melhores índices da pesquisa do WWF Brasil com o Ibope é justamente o fato de que 80% dos entrevistados, independentemente de classe social, desligam lâmpadas e equipamentos eletrônicos quando não estão usando.
(Por Ana Luiza Zenker
, Agência Brasil, 05/06/2008)