O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, visitou, nesta quinta-feira, as obras de construção da Fase C da Usina Presidente Médici, em Candiota.
Participaram da comitiva do ministro o vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Defesa do Carvão Mineral no Congresso, deputado Afonso Hamm, vice-presidente da comissão especial que trata da utilização do carvão mineral, na Câmara Federal, o senador Sérgio Zambiasi, o presidente da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), Sereno Chaise e o presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira.
Lobão foi recepcionado no Aeroporto Comandante Kraemer, em Bagé, por volta das 10h50min, por várias autoridades, e depois se deslocou para Candiota de automóvel. Lá, visitou o canteiro de obras e em seguida assistiu a um audiovisual apresentado pelo coordenador da Unidade de Gerenciamento do Projeto Fase C de Candiota, engenheiro Hermes Ceratti.
Durante a apresentação do projeto, Ceratti relatou que 34,6% dele já foram realizados, apesar dos três meses de atraso no cronograma de obras. A conclusão da usina está prevista para dezembro de 2009 e já começa a produzir energia para atender a 31 contratos formalizados, o que garantirá um faturamento de R$ 330 milhões por ano.
Até agora, a Fase C já gerou 600 empregos diretos, na fase de construção da obra. Outros 900 estão previstos para a montagem do complexo energético. Lobão falou sobre a contribuição que a nova usina dará para o Sistema Energético Brasileiro, quando entrar em operação. Ele disse que essa iniciativa dos gaúchos precisa ser consolidada. "A usina vai produzir 350 megawatts de energia, o suficiente para abastecer uma grande cidade. É uma obra de envergadura e de custo elevado (R$ 1,2 bilhão), e tem que ser concluída", disse o ministro de Minas e Energia.
Lobão garantiu que o Brasil não corre mais nenhum risco de "apagões". Segundo ele, o que ocorreu na vez passada foi um déficit de 2% de energia, impossível de compensar, em razão da falta de interligação completa entre todas as regiões. "Hoje esse problema está superado", garantiu o ministro, acrescentando que a Fase C de Candiota vai entrar no sistema e a sua produção será usada em qualquer ponto do país onde for necessário. Ele relatou, também, que hoje o Rio Grande do Sul ainda recebe energia de outros estados, especialmente do Centro/Sul, mas tem esperança que com a conclusão da Fase C de Candiota o Estado se torne auto-suficiente.
Poluição
Ao falar sobre a preocupação internacional com a poluição que pode ser produzida pelas usinas termelétricas, Lobão garantiu que, em relação ao Brasil, não há motivos para isso. "Temos o maior índice de produção de energia renovável e limpa do mundo, na ordem de 46%, enquanto que nos demais paises produtores esses índice estão ao redor de 13%", ressaltou o ministro lembrando que o país usa suas termelétricas apenas supletivamente.
Exportação de energia
O ministro também falou à imprensa sobre o fornecimento de energia elétrica brasileira para a Argentina e Uruguai. Relatou que deverá haver uma negociação mais ampla com os argentinos, e que isso poderá ser feito a partir do Rio Grande do Sul. Informou ainda, que o governo estuda a possibilidade de construir uma nova usina térmica para fornecer 100% da energia produzida ao Uruguai.
Repercussão regional
Entusiasmado com a construção da Fase C de Candiota o prefeito Marcelo Menezes Gregório destacou que a obra já está repercutindo no município e na região. Até agora foram gerados 600 novos empregos, ocupados, na sua maioria, por trabalhadores dos municípios da região da Campanha. Mas o otimismo do prefeito vai além, já que outras duas usinas deverão ser construídas no município, uma com capacidade para produzir 540 megawatts de energia, e outra para 600 megawatts.
(Jornal Minuano, 06/06/2008)