O deputado Raul Carrion (PC do B) ocupou, nesta quinta-feira (05/06), o período do Grande Expediente Especial da Assembléia Legislativa gaúcha, em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado hoje. O parlamentar falou sobre a importância do desenvolvimento combinado com a preservação do meio ambiente de forma sustentável. "Infelizmente, temos pouco a comemorar, em decorrência de uma sociedade marcada por um consumismo predatório e sem compromisso com as gerações futuras", alertou ao iniciar sua fala. O ato contou com a presença de autoridades.
O deputado ressaltou que o Painel Inter-governamental de Mudanças Climáticas (IPCC) concluiu que as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram notavelmente como resultado das atividades humanas desde 1750. "Sem dúvida, o efeito estufa está ligado diretamente à matriz energética predominante no mundo baseada na queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo", acrescentou. "45% da matriz energética brasileira está baseada em combustíveis limpos". Carrion ressaltou que o transporte individual deve ser desestimulado e o coletivo, incentivado.
Ele lembrou o Tratado de Kyoto, em vigor desde fevereiro de 2005, e que estabeleceu metas de redução da emissão de gases poluentes para 38 países industrializados. "Eles deveriam reduzir, em média, 5,2% de suas emissões, entre 2005 e 2012", afirmou Carrion. "Porém, os Estados Unidos, os maiores poluidores do planeta, ainda não assinaram o Tratado". E continuou: "Lamentavelmente, os países desenvolvidos não têm cumprido suas metas".
O parlamentar foi além: "Quem mais sofre com a poluição ambiental são os pobres e excluídos". Carrion chamou a atenção para o problema das queimadas na Floresta Amazônica. "A Amazônia está sob os holofotes internacionais. É preciso fortalecer a presença do Estado para combater os crimes ambientais, que decorrem da ausência da ação pública no combate aos especuladores, grileiros e exploradores das florestas e das populações ribeirinhas".
A poluição das águas também foi destacada pelo deputado. "Cinco milhões de pessoas morrem a cada ano por beber água poluída e por viver em condições sanitárias inadequadas", destacou. "A poluição generalizada dos nossos rios são um alerta rigoroso". Carrion lembrou a importância da biodiversidade mundial pouco antes de afirmar que o planeta Terra abriga 6,4 bilhões de pessoas. "Até 2030, 70% da biodiversidade do planeta poderá ter desaparecido. Estas perdas afetam gravemente os ciclos e os processos responsáveis pelo equilíbrio da natureza. O custo do progresso não pode ser a destruição do planeta". E concluiu: "Sem dúvida, outro mundo é possível, com desenvolvimento compatível com a natureza".
Manifestaram-se em apartes os deputados Ronaldo Zülke (PT), Heitor Schuch (PSB), Nelson Härter (PMDB), Zilá Breitenbach (PSDB) e Marquinho Lang (DEM).
(Por Vanessa Lopes, Agência de Notícias AL-RS, 05/06/2008)