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passivos da energia atômica
2008-06-06

Incidente numa usina nuclear na Eslovênia causou o acionamento, pela primeira vez, do sistema de alerta nuclear da União Européia. Eslovênia admite erro na comunicação do fato. Um vazamento no circuito de refrigeração da central nuclear eslovena de Krsko, na quarta-feira (4/06), provocou o desligamento da única usina atômica da Eslovênia, localizada a 120 quilômetros da capital, Liubliana. Segundo as autoridades eslovenas, não houve ameaça para a população, nem para o meio ambiente.

O incidente havia sido comunicado inicialmente como um "exercício", porque a autoridade nuclear eslovena usou o formulário errado. O engano foi corrigido logo depois, mas mesmo assim causou confusão na União Européia, que pela primeira vez acionou o Ecurie (do inglês European Community Urgent Radiological Information Exchange), um sistema de troca de informações em caso de emergência radiológica. Andrei Stritar, diretor da agência eslovena de proteção nuclear, explicou que o vazamento foi de 2,5 metros cúbicos de líquido por hora, por isso o desligamento do reator pode ser efetuado aos poucos, chegando à desativação completa ao final de três horas.

Áustria exige esclarecimento
O problema só poderá ser corrigido dentro de alguns dias, quando a central nuclear houver esfriado completamente. Stritar disse ainda que as primeiras comunicações sobre o problema foram enviadas às vizinhas Áustria, Itália e Hungria. Ao mesmo tempo, foi enviado um comunicado a Bruxelas, que ativou o alarme.

Ao reconhecer o engano, Stritar pediu desculpas. O ministro do Meio Ambiente da Áustria, Josef Pröll, exigiu que sejam esclarecidas as circunstâncias que levaram ao erro na comunicação do acidente. "Isso põe em questão nossa confiança no sistema de alerta esloveno", declarou, em comunicado. Ele levou o assunto ao Conselho de Ministros da UE, que se reuniu nesta quinta-feira em Luxemburgo.

Ferran Tarradellas, porta-voz do comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs, elogiou os eslovenos: "A população foi avisada sobre todos os fatos a tempo e repassamos as informações aos demais países". Tarradellas acrescentou que a Comissão de Energia da UE aguarda agora um relatório completo da Eslovênia, e ressaltou a esperança de que todos os países do bloco comuniquem incidentes em reatores nucleares, "por menores que sejam".

Críticas de ambientalistas
A central nuclear de Krsko havia sido reativada em novembro de 2007, após passar por um saneamento que durou quatro semanas. A central é explorada em conjunto pela Eslovênia e pela Croácia. Ela foi construída pela norte-americana Westinghouse e entrou em operação em 1983. Segundo os planos atuais, a central nuclear de Ksko será desativada em 2023.

Por causa de alegadas deficiências em termos de segurança, especialmente ambientalistas austríacos têm se manifestado contra a manutenção do reator. Trata-se de uma "boa usina, mas com uma série de deficiências", disse o diretor do Instituto de Investigação de Risco da Universidade de Viena, Wolfgang Kromp, que participou de uma comissão internacional que examinou o reator em 1992. Segundo ele, parte dos problemas foi resolvida, mas outros prosseguem, como o fato de a planta da usina localizar-se em terreno ameaçado por abalos sísmicos.

(Deutsche Welle, 05/06/2008)


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