A Polícia Federal prendeu em Rondônia o Procurador Federal com atuação no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Estado, o Assessor Jurídico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente(Sedam), um advogado e empresários madeireiros durante a Operação Savana, com o objetivo de reprimir a exploração ilegal de madeira, a corrupção de servidores públicos federais e estaduais.
Cerca de 160 policiais federais cumpririam 10 mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal. Após investigação de nove meses, a Polícia Federal identificou a existência de quatro grupos criminosos. Um dos grupos identificados agia na Sedam, com servidores promovendo a expedição de inúmeras licenças ambientais indevidas, que causaram grande degradação ambiental, em troca de pagamentos indevidos.
O grupo criminoso, por meio do sistema informatizado da Sedam, lançava créditos fictícios de essências madeireiras, possibilitando o envio de madeira para fora do Estado extraída ilegalmente. A atuação de um assessor jurídico da Sedam, através de emissão de pareceres previamente acertados, diminuía o valor de multas aplicadas pela fiscalização.
Outro grupo atuou na época da transferência dos sistema de controle ambiental do Ibama para a Sedam. Em levantamentos preliminares elaborados em apenas cinco cidades do Estado, foram inseridos indevidamente no sistema da Sedam cerca de 150 mil metros cúbicos de madeira. A mercadoria era enviada para fora do Estado por meio de compra e venda de notas fiscais "frias" e guias florestais adulteradas.
Outro grupo identificado pela investigação da PF atuava na Superintendência do Ibama em Porto Velho, tendo como pilar um Procurador Federal em exercício na autarquia, o qual possibilitava, mediante acerto financeiro, a liberação de empresas lacradas, diminuição do valor de multas e invalidação de autos de infrações.
(G1, 05/06/2008)