O carvão é formado por altos teores de sílica, ferro, enxofre e alumínio e por quase todos os elementos da tabela periódica em baixas concentrações. As características químicas do composto afetam o ecossistema terrestre e aquático, modificando a composição da vegetação, degradando o solo e acidificando as águas.
Em Criciúma, não é raro localizar espécies de árvores com crescimento irregular. Em uma das áreas ocupadas por antigas minas, as raízes dos eucaliptos crescem para cima. Algumas espécies de fungos também foram alteradas por causa da degradação.
Além disso, certas substâncias do carvão, como o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio e o monóxido de carbono, também contribuiriam para o surgimento de doenças respiratórias. O monóxido de carbono também é apontado como um possível causador de problemas no sistema nervoso central. Outro ponto negativo do carvão é a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
Contraponto
O presidente do Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siesesc), Ruy Hülse, reconhece que os impactos produzidos pela mineração, uma atividade centenária, são visíveis e de difícil solução. Apesar disso, garante que as carboníferas da região Sul não medem esforços para cumprir o termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado com o Ministério Público com o objetivo de reparar os crimes ambientais praticados na região.
Segundo Hülse, são investidos, anualmente, cerca de R$ 7 milhões nas áreas degradadas. A preocupação com os mananciais, de acordo com ele, tem pautado grande parte dos projetos de recuperação ambiental. "Recebemos muitas críticas ainda, mas vamos procurar resolver os problemas colocando a recuperação nos termos como ela deve ser", afirma.
(A Notícia, 05/06/2008)