Diante de projeções de aumento na escassez de água nos próximos anos e da estiagem enfrentada em municípios gaúchos, iniciativas individuais e simples aparecem como alternativas para contribuir com a natureza. A previsão de especialistas é que as grandes cidades enfrentarão as maiores dificuldades de acesso à água em função do aumento das populações. Situação que o estudante de Arquitetura Fernando Campos Costa, de 33 anos, não acompanha de braços cruzados. Entre as medidas estão a diminuição da água utilizada na descarga do banheiro (sem a diminuição da pressão da água) e a captação da água da chuva em reservatórios para atividades como a irrigação das plantas no apartamento em Porto Alegre. 'São soluções simples que estão ao alcance de todos', ressalta.
O professor do Curso de Pós-Graduação em Ecologia da Unisinos Uwe Schulz enfatiza que o poder público tem suas responsabilidades, mas que cada cidadão precisa enxergar seu papel no processo de conservação que inclui o uso consciente. 'Infelizmente, continua a prática de lavar calçadas com a mangueira aberta o tempo todo', pondera. Na região Metropolitana, os rios dos Sinos e Gravataí tornaram-se símbolos da grave situação dos recursos hídricos.
A alta carga de poluição aliada ao mau uso da água gerou problemas de qualidade e quantidade. A expectativa, agora, recai sobre as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que pretendem melhorar o abastecimento em todo o país.
Em Porto Alegre, a preocupação maior diz respeito à qualidade da água do Guaíba, na avaliação de Schulz. 'A qualidade é péssima em função do cheiro da água. E isso não deverá acontecer apenas no verão. A tendência é de que o problema se repita em níveis menores ou maiores em função das condições climáticas', destaca o professor, em referência à proliferação de algas no manancial.
(Correio do Povo, 05/06/2008)