Os seis mil hectares que o Ministério Público Federal (MPF) aponta como área de degradação deveriam ser recuperados, mas não foi isso o que aconteceu. Segundo o procurador Darlan Dias, nenhum local foi reparado adequadamente, e os problemas continuam, embora menos explícitos.
Os principais ainda são os cursos dágua, especialmente os rios das bacias de Araranguá, Tubarão e Urussanga. "Os rejeitos que deveriam ser removidos continuam passando inadequadamente por ali", afirma. As responsáveis pela destruição são as mineradoras desativadas. As que estão operando, segundo Dias, seguem um padrão de cuidados.
O procurador admite que os resíduos da atividade carbonífera são o pior problema do Sul. Apesar disso, acredita que os termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados com empresas possam ser a luz no fim do túnel. "Pelo menos três foram fechadas por não seguirem o TAC", recorda.
Agora, o MPF vai cobrar a recuperação eficaz das empresas que não seguiram a ordem judicial. Há novos prazos e uma nova prioridade: agir nos locais onde é possível "ressuscitar" de forma imediata os cursos dágua.
Lagos Ácidos, A água sem vida- Uma das cenas mais freqüentes na região degradada pela carvão são os lagos ácidos. De coloração amarelada, tendendo para o vermelho, têm cheiro forte e viram depósito de lixo. Na descida da Serra do Rio do Rastro, cartão-postal do Estado, está um desses rios: o rio Tubarão.
- O rio Tubarão, que nasce em Lauro Müller, está poluído pelos resíduos do carvão. Além dele, os rios Sangão, Mãe Luzia, Maina, Rocinha e Criciúma também integram estas estatísticas.
- Os valores de acidez podem variar de pH 2,5 a pH 3, quando o normal seria estar na faixa dos pH 6 a pH 9.
Nenhuma espécie sobrevive e, nas margens, a paisagem já foi drasticamente alterada. No rio Maina, que corta Criciúma, não há sinal de vida. O lixo compete com os resíduos do carvão, transformando o cenário.
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A Notícia, 05/06/2008)