(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
marina silva ministério do meio ambiente desmatamento da amazônia
2008-06-05

Após cinco anos e quatro meses afastada da tribuna do Senado Federal, a ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva (PT-AC) fez, nesta quarta-feira (04/06), seu primeiro discurso ao retornar ao Parlamento. Ela analisou detalhadamente sua atuação à frente do ministério, agradeceu a subordinados, instituições e associações que a ajudaram e apoiaram durante sua gestão e, antes de ser aparteada por 32 senadores, foi aplaudida pelos presentes no Plenário do Senado.
 
- Nesses últimos cinco anos, vi a questão ambiental ser colocada no coração da agenda deste país. Vi a questão ambiental ser debatida todo dia, como até há bem pouco tempo eram discutidas as questões econômicas e questões importantes de outra natureza - disse.

Marina Silva também agradeceu a todas as legendas partidárias pelo apoio na aprovação de leis enviadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao Congresso, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas e a lei que criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

- Hoje, o Brasil é considerado, em pesquisa realizada em relação às mudanças climáticas, o país em que a opinião pública mais se preocupa com os problemas do aquecimento global - comemorou.

A senadora agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva "pela confiança" e destacou terem conseguido juntos "uma série de conquistas e de encaminhamentos políticos fundamentais para mudar paradigmas na cultura de desenvolvimento econômico, social e civilizatório". Agradeceu também ao suplente, o ex-senador Sibá Machado, por tê-la substituído "com capacidade".

- Na Amazônia, no cerrado ou em qualquer um dos biomas brasileiros, não está impedido o desenvolvimento, se formos capazes de fazê-lo com sustentabilidade; se formos capazes de criar um processo de transição, para que possamos dar as respostas de mudança de modelo de desenvolvimento que este país precisa dar - afirmou.

De acordo com Marina Silva, sua gestão no ministério priorizou colocar a política ambiental como uma política que abrangesse todo o conjunto do governo federal, de maneira transversal. Ela explicou que as diretrizes adotadas no ministério foram quatro: controle e participação social; desenvolvimento sustentável; fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e política ambiental "de governo" e transversal, envolvendo vários ministérios e órgãos. Entretanto, disse a ex-ministra, descobriu que a melhor forma de realizar uma "política de governo" seria fazer uma "política de país".

- Quando você faz política de país, você ajuda os governos. E para fazer política de país é fundamental que não estejamos presos à lógica que, muitas vezes, perpassa a política. Na questão ambiental, a política estruturante é aquela que pensa antes nas futuras gerações. Elas podem não render a frase de efeito no momento, a popularidade.Mas é o que precisa ser feito em um Estado e em um país que tem uma Constituição, no seu art. 225, que assegura que todo cidadão brasileiro tem direito a um ambiente saudável e que esse cidadão não é apenas o que está aqui, mas aquele que ainda não nasceu - ressaltou.

Na ocasião, Marina Silva recordou discussões importantes para o país, como as hidrelétricas do rio Madeira, a transposição das águas do rio São Francisco e a BR-163, para afirmar que a legislação ambiental e o combate às práticas ilegais não devem ser entendidas como entraves ao desenvolvimento do país.

- É uma idéia errada. Ela tem de ser entendida como um resgate da dinâmica do desenvolvimento - disse, registrando que, até 2003, a média de licenciamentos era de 140 licenças por ano, mas 45 hidrelétricas foram embargadas pela Justiça, e, em 2007, de 302 licenciamentos, nenhum está embargado.

A parlamentar disse ainda que a significativa diminuição do desmatamento durante sua gestão foi fruto do trabalho transversal de 13 ministérios, que trabalharam baseados no ordenamento territorial e fundiário, no combate às práticas ilegais e no apoio às práticas produtivas sustentáveis. Infelizmente, reconheceu a senadora, o apoio às práticas sustentáveis e a transversalidade "ficaram a desejar", mas o principal erro é outro, na opinião de Marina Silva.

- No caso do desmatamento, o que andou mais foi a agenda do combate às práticas ilegais. Agora, o erro - inclusive vou pedir licença para falar, da forma respeitosa como sempre tratei o governador Blairo Maggi -, o erro é combater o que está funcionando, combater o combate ao ilegal. Não era para o governador Blairo Maggi questionar as medidas, era para continuarmos trabalhando juntos. Foi isso o que eu disse para ele, porque levamos o desmatamento em Mato Grosso para uma queda de 72%. Esse é um efeito inédito de governança ambiental. Se continuarmos na agenda da governança ambiental, isso será ótimo para a agricultura, para a pecuária, para os biocombustíveis. Essa é uma visão estratégica que não pode ser perdida. Foi com esse espírito que trabalhei com minha equipe. E quero agradecer a todos eles - comentou Marina Silva.

A senadora também disse que o Brasil tem condições técnicas, políticas, tecnológicas e éticas de realizar um desenvolvimento com "sustentabilidade econômica, social, ambiental, cultural, política e ética". E tratou de agradecer o apoio não só de sua equipe no ministério, mas também ao Ministério da Ciência e Tecnologia, à Polícia Federal, às Forças Armadas e à Polícia Rodoviária Federal.

- Saio do governo do presidente Lula com uma lição: aprendi a olhar de baixo para cima, porque olhando de baixo para cima descobri o que está acima de mim. O Brasil está acima de mim, a Amazônia está acima de nós, esta Casa está acima de nós. Então, a minha saída do governo não tem a pretensão de desconstituir; tem a pretensão, sim, de contribuir para que se consolidem as conquistas, nem um centímetro a mais. Nada de revogar a resolução do Conselho Monetário! Nada de redução de reserva legal! - finalizou Marina Silva.

(Por Augusto Castro, Agência Senado, 04/06/2008)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -