Um grupo de especialistas que participam da cúpula sobre segurança alimentar da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em Roma, recomendou à comunidade internacional que priorize os alimentos em relação aos biocombustíveis, informou a porta-voz Astrid Agostini. O grupo de especialistas, que se reuniu ontem à noite em uma mesa-redonda paralela à cúpula, e cujas recomendações serão entregues como sugestão para a declaração final da reunião, estabeleceu a "prioridade absoluta dos alimentos".
No entanto, isso não significa uma rejeição completa aos cultivos para biocombustíveis, disse Agostini, mas a necessidade de avaliar seu impacto antes de tomar a decisão de dedicar as colheitas à sua fabricação. A mesa-redonda, intitulada "Bioenergia e segurança alimentar", contou com a participação do ministro para o Desenvolvimento Agrícola do Panamá, Guillermo Salazar Nicolau.
Salazar resumiu a posição geral da mesa ao indicar que os biocombustíveis podem ser "uma oportunidade para os países tropicais" desde que não entrem em competição com os alimentos. A FAO começou um projeto piloto com quatro países (Peru, Tanzânia, Camboja e Tailândia) para avaliar o impacto que podem ter os biocombustíveis.
Com essa avaliação, que inclui o estudo de fatores ecológicos e econômicos, e examina como afeta mercados internos alimentícios, energéticos e, inclusive, de trabalho, os países poderão tomar suas respectivas decisões acerca do possível desenvolvimento dos biocombustíveis. A porta-voz da mesa-redonda indicou que não fez menção acerca de possíveis investimentos no mundo todo para o desenvolvimento dos biocombustíveis.
(Efe, UOL, 05/06/2008)