A água, o solo, o subsolo, o ar, a flora e a fauna, com o homem organizado em sociedade, formam o meio ambiente. Cada um desses elementos possui um padrão de qualidade. No respeito ao conjunto de padrões, é que se atinge um ambiente ecologicamente equilibrado. Quando há o rompimento de um, compromete-se o equilíbrio e possíveis conseqüências de diminuição na qualidade de vida das presentes e das futuras gerações podem ser irreversivelmente produzidas.
Nem sempre a sociedade teve consciência da necessidade de que esse equilíbrio seja mantido. A devastação das florestas, a poluição das águas e do ar, a deterioração dos solos, o aumento do efeito estufa e a extinção de espécies são alguns incontestáveis maus exemplos da qualidade do nosso passado com o meio ambiente e com a própria humanidade.
Hoje o cenário é outro, fruto de uma significativa evolução na conscientização ambiental.
As pessoas estão percebendo que o equilíbrio ecológico é essencial à qualidade de suas vidas e condição ao futuro das próximas gerações. Passaram a entender que não há alarmismo quando se diz que o homem e a sociedade só se desenvolvem se não houver o rompimento dos padrões de qualidade dos recursos naturais. Compreendem que o uso racional dos recursos naturais é condição inadiável e imprescindível para que os outros, das gerações presentes e futuras, também possam usufruí-los no atendimento às suas necessidades básicas. É uma sociedade que amadurece e toma consciência de que se devem harmonizar os processos sociais, econômicos e ambientais.
Pois, na "sustentabilidade ambiental", caracterizada pela ética da solidariedade que nos inspira ao uso racional dos recursos naturais, e no "desenvolvimento sustentável", caracterizado como modelo múltiplo e estratégico que oferece trabalho, renda e seguridade, que melhora as condições de saúde, educação, habitação e lazer, mas sem agredir ou comprometer o equilíbrio ambiental, dois grandes temas da atualidade, é que se centralizam as centenas de eventos que nesta semana comemoram o meio ambiente no RS, numa cívica elevação dos valores da proteção e da conservação ambientais, sendo que o dia 5 é de comemoração mundial.
Nestes novos tempos de conscientização da essencialidade dos valores ambientais, as iniciativas de crescimento devem sempre reunir os predicados da correção ecológica, viabilidade econômica, justiça social e assimilação cultural, pois as mudanças positivas que produza não podem degradar os sistemas ecológicos e sociais que sustentam nossas vidas.
(Por Carlos Otaviano Brenner de Moraes*, Zero Hora, 05/06/2008)
*Secretário de Estado do Meio Ambiente