Toneladas de carne de baleias fin e minke, vindas da Islândia e da Noruega, estão 'encalhadas' em um frigorífico da alfândega de Tóquio por falta de licenças de importação. E segundo documento obtido pelo Greenpeace Japão, a carne estava destinada para uma empresa comercial, a Asian Trading Co. Ltd, que estava inativa há quatro anos e foi reativada em maio agora para receber a carga. O endereço que consta na licença de exportação é de uma residência privada.
A exportação de carne de baleias tem sido condenada internacionalmente e nenhuma licença de importação tem sido concedida. O Greenpeace quer que o governo japonês negue as permissões exigidas e recuse a carga, que inclui carne da espécie fin, ameaçada de extinção.
A tentativa de exportação de carne de baleia para o Japão acontece no momento em que a Promotoria Pública de Tóquio investiga o contrabando do produto obtido na caça realizada no início do ano no Santuário de Baleias da Antártica. A denúncia foi feita pelo Greenpeace após quatro meses de investigação. A carne foi retirada do navio-fábrica Nisshin Maru por seus tripulantes com o conhecimento do governo e dos representantes da empresa que cuida da frota baleeira, para ser vendida no mercado negro da capital japonesa.
A Asian Trading Co. Ltd. citada na licença de exportação foi reativada como empresa apenas como "um favor para um amigo na Islândia", segundo informou o porta-voz da empresa ao Greenpeace Japão. O exportador islandês, Kristjan Loftsson, é o único baleeiro naquele país com capacidade para caçar baleias em escala industrial e processar grandes baleias, como as da espécie fin.
Duas semanas atrás, pequenos barcos começaram a caçar baleias minke fora da costa islandesa, apesar da oposição de metade do governo do país e da condenação da opinião pública nacional e internacional.
(Greenpeace, 04/06/2008)