O deputado peemedebista Nelson Härter manifestou posição contrária à criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, que abrange Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na forma em que foi proposto.
Em audiência conjunta, na manhã desta quarta-feira (04/06), das comissões de Economia e Assuntos Municipais da Assembléia, presidida pelo parlamentar e pela deputada Kelly Moraes (PTB), bem como pelo deputado Gilmar Sossela (PDT), o assunto foi discutido por prefeituras, Câmaras de Vereadores e entidades representativas do setor ambiental dos municípios atingidos pela medida.
Härter destacou que a plantação de pinus, batata e maçã, os principais produtos da região, ficará prejudicada, pois estas atividades estarão praticamente proibidas na área do refúgio, de aproximadamente 270 mil hectares, se ele for implantado. "Como conseqüência, nós vamos ter problemas sérios na economia de municípios como Cambará do Sul, Bom Jesus, entre outros", argumentou.
Segundo o deputado, a proposta que surgiu na reunião é de que haja suspensão do andamento do processo. "Foi um trabalho feito sem discutir com a comunidade", ressaltou. No entanto, na região dos Campos de Cima da Serra, mais de 50% das áreas já é preservada, não sendo necessário criar um refúgio, porque os produtores já convivem em harmonia com o meio ambiente e destinam parte de suas propriedades para preservação. "É um produtor com consciência ambiental", alegou o deputado.
"Vamos agora reunir os dois estados, as câmaras de vereadores, as entidades representativas, as assembléias legislativas, os governos para que elaboremos um documento e apresentemos este trabalho ao Ministério do Meio Ambiente em curto prazo", anunciou.
Compuseram a mesa: Osvaldo Uncini, Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Lages; Rivaldo Macari, presidente da Associação dos Municípios da Região Serrana de Santa Catarina e prefeito de Bom Jardim da Serra; Arlindo Butzke, Chefe de Departamento do Curso de Biologia da UCS; Francisco Simões Pires, Secretário-Adjunto da SEMA, e Rosângela Neto, engenheira florestal representante da Secretaria da Agricultura.
(Por Celso Bender, Agência de Notícias AL-RS, 04/06/2008)