O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou hoje, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que o Brasil usará submarinos nucleares e 50 navios patrulha para proteger os campos marítimos de petróleo. O primeiro submarino nuclear brasileiro, contudo, segundo ele, só estará pronto em dez anos, ao custo de R$ 1 bilhão. Jobim informou ainda que o governo já tem parecer favorável da Organização das Nações Unidas (ONU) para estender as águas jurisdicionais brasileiras até 350 quilômetros, de forma a poder explorar novos campos petrolíferos.
Jobim explicou que a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982, estabelece que a área costeira de cada país que pode ser explorada economicamente por ele, a chamada zona econômica exclusiva, vai até 200 milhas. O tratado permite, porém, a ampliação até 350 milhas desde que a plataforma continental se estenda além disso. O ministro da Defesa disse que o Brasil já tem tecnologia para obter a propulsão nuclear dos submarinos, mas ainda não possui tecnologia para produzir os cascos, que poderá ser fornecida pela França, onde esteve recentemente tratando do assunto. Jobim ressaltou que o submarino nuclear brasileiro não terá objetivos de ataque.
(G1, 04/06/2008)