A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul também não faz estatísticas sobres os resíduos sólidos industriais. Ao contrário de Bento Gonçalves, onde foi fundada a Proamb, a única tentativa de encontrar uma solução coletiva para o problema em Caxias fracassou.
A própria CIC fundou a Ambientasul, em 1992, para se responsabilizar pelos resíduos industriais produzidos por empresas associadas à entidade. Ela alugou três pavilhões (dois na BR-116, próximos ao Hospital Geral, e um na entrada do bairro Diamantino) para onde foram levados, ao longo de alguns anos, 57 mil tonéis com lixo industrial, todos com rótulos informando a empresa responsável e o seu conteúdo.
Mas a administração dos resíduos depositados não funcionou. O número de tonéis ia crescendo sem receber destino adequado. A Ambientasul chegou a contratar outra empresa, a NTA Tecnologia Ambiental, para solucionar o problema. Mas a licença ambiental para o armazenamento do lixo venceu, a NTA foi multada, e a solução não veio.
A NTA apresentou, várias vezes, projetos para destinação final dos resíduos, mas teve, em todas elas, os pedidos negados, por falta de documentação ou detalhamentos considerados importantes pelo órgão ambiental. Vários tonéis enferrujaram e alguns começaram a liberar substâncias tóxicas.
A destinação daqueles resíduos só começou em 2004, depois de três ações judiciais, duas de reintegração de posse, movidas pelos proprietários dos pavilhões e uma pelo Ministério Público Estadual. Levou aproximadamente um ano até que todas as empresas retirassem seus tonéis e desse a destinação adequada a eles.
A idéia de solução coletiva não foi mais retomada. E, hoje, cada empresa destina individualmente os resíduos industriais produzidos.
(Pioneiro, 04/06/2008)