Material é oriundo de micro e pequenas empresas
Lixo industrial é motivo de tratativas entre Codeca e empresa Proamb, que propôs parceria municipal
Caxias do Sul - Uma das soluções para o destino dos resíduos industriais sólidos de Caxias pode estar em Bento Gonçalves. A Companhia de Desenvolvimento de Caxias (Codeca) negocia com a bento-gonçalvense Proamb Soluções Ambientais uma parceria para encaminhar o lixo perigoso gerado pelas micro e pequenas empresas caxienses. O poder público se licenciaria para transportar o descarte das indústrias até o aterro situado no distrito de Pinto Bandeira, onde os materiais que não podem ser reciclados nem ir para um aterro comum receberiam um fim adequado.
O diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, lembra que a legislação atribui às próprias empresas a obrigação de destinar adequadamente seus resíduos. Mas ele reconhece que as micro e pequenas indústrias caxienses enfrentam dificuldades estruturais e financeiras para cumprir a lei, o que acaba gerando problemas ambientais.
- Dar destino para o lixo industrial é caro e, às vezes, o volume que a empresa pequena produz é tão pequeno que ela acaba não investindo nisso. Se nós começarmos a recolher os resíduos nesses locais, mesmo que seja pouco, poderemos evitar um problema ambiental - avalia Didomenico.
O engenheiro químico Rafael Spohr, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), calcula que uma metalúrgica pequena gere aproximadamente uma tonelada de sucata de aço por mês e apenas cinco quilos de resíduo perigoso. Mesmo assim, ela é obrigada a criar um espaço dentro da fábrica para armazenar o lixo até ter quantidade suficiente para contratar uma transportadora e enviar para um aterro.
- O que a Codeca vai fazer é facilitar para os pequenos empreendedores e assim, talvez, estimulá-los a dar o destino correto aos resíduos - avalia Spohr.
O engenheiro não sabe dizer a quantidade de resíduos que todas essas empresas pequenas, somadas, acabam gerando. Segundo ele, a Semma possui os dados de cada fábrica licenciada pela secretaria apenas separadamente. Ou seja, nunca somou os volumes de cada uma delas. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) também não produz estatística sobre o tema.
No entanto, Spohr lembra que todas essas indústrias, em proporções diferentes, acabam produzindo algum tipo de lixo perigoso. E elas somam cerca de 5,5 mil, conforme a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias.
Didomenico explica que a Codeca não chegou a fazer o levantamento do volume de trabalho que ela teria porque a prioridade da empresa, no momento, não são os resíduos industriais. Ele diz que a equipe técnica da companhia já começou a fazer os estudos de viabilidade da parceria com a Proamb, mas irá aprofundar as análises somente depois que o futuro aterro sanitário de resíduos domésticos estiver pronto ou muito bem encaminhado, o que pode ocorrer somente no ano que vem.
(Por Graziela Andreatta, Pioneiro, 04/06/2008)